As demissões voluntárias atingiram um marco histórico no Brasil, alcançando mais de 7,3 milhões de casos em 2023, conforme dados compilados pela LCA Consultores com base nas estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Este número representa aproximadamente 34% do total de desligamentos registrados no país, que ultrapassaram os 21,5 milhões no mesmo período. Um fenômeno que chama a atenção é a frequência das demissões voluntárias entre os trabalhadores com Pós-graduação completa, sinalizando um aquecimento peculiar no mercado de trabalho.
A faixa etária mais propensa a optar por demissões voluntárias é a dos mais jovens, entre 18 e 24 anos. Neste grupo, cerca de 39,5% dos desligamentos ocorreram por iniciativa própria. Essa tendência é também evidente entre os trabalhadores mais jovens, com até 17 anos, e aqueles com idades entre 25 e 29 anos, ambos com uma proporção de 36,5% cada.
Para compreender melhor esse cenário, é fundamental considerar diversos fatores em jogo. Entre eles, destaca-se o contexto de aquecimento econômico, que pode estar influenciando a tomada de decisão dos mais jovens em relação à permanência ou não em seus empregos. Além disso, as mudanças nas dinâmicas de trabalho, como a crescente popularização do home office, também podem estar desempenhando um papel significativo.
Segundo o estudo, outro elemento que pode estar contribuindo para o aumento das demissões voluntárias é a predominância entre os jovens. Uma das razões pode ser a busca por maior flexibilidade e autonomia no trabalho. Os jovens de hoje valorizam cada vez mais a liberdade de horários e a possibilidade de conciliar vida profissional e pessoal de maneira mais equilibrada. Nesse sentido, o home office e outras formas de trabalho remoto oferecem essa flexibilidade, permitindo que os trabalhadores decidam quando e onde desempenhar suas atividades.
O levantamento, entretanto, destaca que as demissões voluntárias nem sempre são necessariamente negativas. “Para alguns trabalhadores, deixar um emprego pode representar uma oportunidade de explorar novos caminhos, adquirir novas habilidades e até mesmo iniciar um empreendimento próprio. No entanto, é essencial que os trabalhadores estejam bem informados e preparados para tomar essa decisão, considerando cuidadosamente os prós e contras e avaliando seu próprio conjunto de habilidades e metas de carreira a longo prazo. Em suma, o aumento das demissões voluntárias no Brasil reflete uma série de tendências e mudanças no mercado de trabalho, especialmente entre os jovens. É um fenômeno complexo que requer uma análise cuidadosa e abordagens estratégicas por parte dos trabalhadores e das empresas”, diz a análise.
Segundo dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do trimestre encerrado em janeiro de 2024 ficou em 7,6%. Esse resultado é o menor para o período desde 2015. O índice está abaixo do registrado no trimestre terminado em janeiro de 2023 (8,4%). Os O nível de desemprego ficou estável em comparação aos 7,6% do trimestre móvel imediatamente anterior, finalizado em outubro de 2023.
A população desocupada, ou seja, aqueles que estavam em busca de trabalho, chegou a 8,3 milhões, estável na comparação trimestral e recuando 7,8% (menos 703 mil pessoas) em 12 meses.
O número de trabalhadores ocupados chegou a 100,6 milhões, o que representa alta de 0,4% (ou mais 387 mil pessoas) ante o trimestre encerrado em outubro de 2023 e de 2% (mais 1,957 milhão de pessoas) em 12 meses.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado chegou a 38 milhões, alta de 0,9% (ou mais 335 mil trabalhadores) entre os trimestres seguidos e de 3,1% (ou mais 1,1 milhão) ante o mesmo período do ano passado.
Na comparação com trimestres móveis, os grupamentos de atividade que ajudaram a subir a ocupação foram transporte, armazenagem e correio (4,5%, ou mais 247 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (1,9%, ou mais 241 mil pessoas) e outros serviços (3,1%, ou mais 164 mil pessoas).
Já a quantidade de empregados sem carteira no setor privado (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 2,6% (mais 335 mil pessoas) no ano. A taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada. Isso representa 39,2 milhões de trabalhadores informais. O percentual é estável em relação ao mesmo trimestre móvel de 2023.
O rendimento real do trabalhador fechou janeiro de 2024 em R$ 3.078. Esse valor aponta alta de 1,6% no trimestre e 3,8% em 12 meses.
Com informações da Agência Brasil
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