Levantamento realizado pela LUZ Soluções Financeiras junto a 227 fundos de ações ativos revela que somente 76 fundos, ou seja, 33,48% da amostra, acumula, de janeiro a outubro deste ano, retorno acima da variação do Ibovespa, de 3,31%. Além disso, 93 carteiras pesquisadas, ou 40,96% do total da amostra, acumulam no ano retorno negativo.
“O mercado de ações doméstico apresentou grandes oscilações ao longo de 2023. O Ibovespa, que chegou a registrar alta de 9% em junho, começou o segundo semestre com perdas significativas, reduzindo consideravelmente a variação acumulada no ano. A maioria dos fundos de ações alpha, que têm como principal objetivo superar a variação do Ibovespa, exatamente 66,52% do total pesquisado, não atingiu o resultado esperado e muitos deles proporcionaram inclusive perdas expressivas aos investidores”, explica Jadson João Alves da Silva, consultor de investimentos da LUZ Soluções Financeiras.
Se considerar o período de 12 meses, o levantamento mostra um desempenho pior das carteiras. Do total da amostra, apenas 49 fundos, ou seja, apenas 21,58% conseguiram proporcionar ao investidor uma rentabilidade melhor que a perda de -2,49% acumulado pelo Ibovespa em 12 meses.
Para uma análise mais ampla, a LUZ Soluções Financeiras mostra que este comportamento também é identificado em período mais longos. De acordo com a análise, 24 meses, somente 55 fundos, ou 24,22% da amostra, superaram o Ibovespa no período. Em 36 meses, este número cai ainda mais, com apenas 47 fundos com performance superior ao Ibovespa, ou 20,70% do total analisado. O estudo também considerou a variação média total dos fundos analisados. Neste caso, a média dos fundos alpha pesquisados perde do Ibovespa em todos os períodos analisados.
“Se dividirmos os fundos alpha em categorias, poderemos ver uma perfomance melhor em algumas classes. No acumulado do ano de 2023, por exemplo, os fundos de ações ativos classificados como Ativismo Corporativo e os chamados Alpha Dividendos são as categorias que apresentam as melhores performances, com alta de 9,80% e 4,88%, respectivamente. Em 12 meses, estas duas categorias são também as que apresentam as menores perdas, com -2,18% e -0,61%”, acrescenta Silva.
Melhores e piores
O levantamento também destacou os fundos classificados como alpha que acumulam as melhores e as piores perfomances no ano, assim como em 12, 24 e 36 meses. Em 2023, os dez melhores fundos apresentaram retorno acima de 10%. O destaque é o Versa Genesis FIA BDR Nível I, com 31,39%, seguido pelo fundo Guepardo Institucional FIC FI de Ações, com 21,01%. Já entre as maiores perdas acumuladas em 2023, o destaque é o fundo Safari 30 FC FI Mult, com queda de -17,93%, seguido pelo Meta Valor FI de Ações, com perda de -16,47%.
No ranking acumulado de 12 meses, os ganhos não são tão expressivos como no acumulado no ano de 2023. O líder em rentabilidade é o fundo Inter Dividendos FIA, com alta de 15,56%. Já as perdas são muito expressivas, superando a casa dos 30%. Neste caso, o destaque entre as piores perfomances continua com o Safari 30 FC FI, com um recuo de -32,59%.
No ranking dos últimos 24 meses, as dez carteiras com melhores performances superaram 40% de retorno, bem acima dos 9,32% acumulados pelo Ibovespa. Os fundos da ALASKA se destacaram, com retorno de 40,37% e 39,93% acumulados em 24 meses. Na ponta contrária, o fundo de maior queda também superou 40%. É o caso do Solis Argus FIC FI Ações, com queda -43,69% acumulada em 24 meses.
Já no ranking de 36 meses, dois fundos superam 100% de retorno. São eles: Trigono Delphos Income FIC FIA Acoes, com 122,61%, e o Trigono Verbier FC FIA, com ganho de 105,94%. O terceiro colocado, o Guepardo Institucional, aparece com 69,12% de retorno. “Vale ressaltar que o fundo Guepardo é o único que aparece no ranking de melhores performances nos quatro períodos analisados”, acrescenta Silva.
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