Segundo levantamento da empresa de inteligência de mercado Horus em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Rio teve, em dezembro, a cesta básica mais cara do Brasil. O estudo mostrou que o valor da cesta mês passado ficou em R$ 946 – em janeiro de 2023, o valor era R$ 874, uma alta acumulada no ano de 8,2%.
Segundo Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, “dos 18 produtos da cesta básica, o arroz foi um dos mais impactados, apresentando uma alta de 2,9% pelo quarto mês consecutivo. No entanto, a população sentiu ainda mais nos bolsos as altas expressivas nos legumes, com aumento de 10,2%, e nas frutas, com um incremento de 7,2%. Itens como banana, agora a R$ 12 o quilo, e batata inglesa, que praticamente dobrou de preço, chegando a R$ 10,98 o quilo, evidenciam a complexidade do cenário”, ressalta o especialista.
“A alta de 4,6% no feijão e de 3,6% no óleo também contribui para o aumento no custo da cesta básica. Nem mesmo o ovo escapou, apresentando uma elevação de 2,0%. Diante desse panorama, a carne vermelha teve um aumento expressivo de 4,1%, tornando-se crucial considerar alternativas mais acessíveis, como o frango (-0,8%) e porco (-5,4%), que estão mais em conta”, completa Rosadas.
Esse aumento é reflexo da inflação, que está acima da média nacional. O índice do mês de dezembro, medido pelo IBGE, revelou que o IPCA, ficou em 0,65% no Rio – acima da média nacional que foi de 0,56%.
Fim da colheita do feijão, chuvas no final da safra da batata e aumento da demanda por arroz agulhinha nesse período de instabilidade climática são as razões apontadas pelo consultor econômico da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Willian Figueiredo.
Em dezembro, o preço da cesta básica na capital fluminense aumentou 1,4% com relação a novembro. Foi o terceiro mês consecutivo de inflação na cesta básica no estado. Na média brasileira, os preços também cresceram 1,5% em dezembro. Com isso, a cesta básica carioca, que está em R$ 738,61, continuou a ser a quarta mais cara do Brasil.
Por outro lado, o leite integral manteve estabilidade de preços na capital fluminense em dezembro. Apesar dos recentes aumentos, o valor do conjunto dos alimentos básicos acumulou deflação de – 1,9% ao longo de 2023 no Rio, assim como na média nacional, que foi de -3,1%.
“Um alívio no bolso da parcela mais carente da população carioca, que gasta a maior parte de sua renda no consumo de alimentos”, destaca Willian Figueiredo, que lembra que em 2022 a cesta básica da capital fluminense teve aumento de preços (13%).
O crescimento da produção de carne, associada à queda das exportações para a China, proporcionou uma baixa nos preços, assim como a colheita recorde, no Brasil e no mundo, de soja e trigo para farinha. O leite integral, com produção interna e importação de derivados em alta, também contribuiu para a deflação no conjunto de alimentos.
















