Cesta básica: queda em nove capitais e alta em oito

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Em maio, os produtos da cesta básica aumentaram em oito capitais e caíram em nove, aponta pesquisa feita pelo Dieese e divulgada nesta quinta-feira. Mas o instituto lembra que suspendeu a coleta presencial de preços em 18 de março, com exceção de São Paulo, o que levou a alterações na amostra original.

Ciente da importância da pesquisa, sobretudo em um momento como esse, no qual toda a economia é afetada, e para evitar um apagão de dados sobre os preços dos principais produtos básicos de alimentação, a entidade fez um esforço para repensar a forma de continuar a levantar os valores da cesta a partir de abril”, informa o Dieese. “A solução encontrada foi uma tomada de preços nos estabelecimentos que fazem parte da amostra regular da pesquisa, por telefone, e-mail, consultas na internet e em aplicativos de entrega.”

Essa alternativa trouxe “inúmeras dificuldades”, segundo o instituto: ausência de dados em site e aplicativos ou mesmo a recusa de funcionários, “atribulados pelo trabalho em tempo de pandemia, em repassar os preços por telefone ou e-mail”. Assim, o Dieese lembra que teve de mudar a amostra, mas acrescenta que os dados apurados mostram “tendências semelhantes” de alta ou de queda. Mesmo assim, recomenda “levar em consideração que as variações em relação a abril devem ser relativizadas”. A pesquisa na íntegra pode ser acessada aqui.

Em São Paulo, praticamente não houve variação (0,02%). O custo da cesta foi calculada em R$ 556,36. Os preços dos alimentos, em média, subiram 9,84% no ano e 9,72% em 12 meses.

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Salário mínimo

 

Já a cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro: R$ 558,81. Com base nesse valor, o Dieese estimou em R$ 4.694,57 o salário mínimo necessário para as despesas de um trabalhador e sua família. Ou seja, 4,49 vezes o mínimo oficial (R$ 1.045).

 

Entre as 17 capitais pesquisadas, a variação de janeiro a maio foi de -6,92% (Brasília) a 17,85% (João Pessoa). No acumulado em 12 meses, a cesta básica teve deflação novamente em Brasília (-9,48%) em Aracaju (-1,96%). Subiu 18,96% em Goiânia, maior alta, e 17,70% em Curitiba.

O tempo necessário para adquirir os produtos da cesta foi calculado em 100 horas e 58 minutos, um pouco menos do que em abril (101 horas e 44 minutos). No mês passado, o trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu quase metade de seu rendimento (49,61%) para comprar os alimentos básicos.

Pesquisa na região Centro-Sul, a batata subiu em nove de 10 capitais, ficando acima de 55% em Goiânia e Campo Grande. Já o feijão teve aumento em 15 das 17 capitais. Segundo o Dieese, “mesmo que caiba alguma relativização por conta da coleta de preços especial, os aumentos foram expressivos”. O tipo carioquinha, por exemplo, variou de 4,30% (João Pessoa) a 24,56% (Belém). Só houve redução do preço médio em duas cidades do Centro-Oeste (Brasília e Campo Grande). O feijão preto registrou aumento de 15,11% no Rio.

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