O preço da cesta básica voltou a subir na cidade do Rio de Janeiro. Em novembro, a alta foi de 0,51%, foi o terceiro mês de aumento, porém inferior à inflação registrada em outubro (2,17%). A variação de preços em novembro também foi inferior à observada no mesmo mês de 2023 (0,98%). Um certo alívio para a população carioca, que gasta a maior parcela de seus rendimentos com a compra de alimentos e bebidas. As últimas deflações registradas formam em junho (-6,97%) e agosto (-1,58%).
O levantamento mostra que todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese registraram inflação. A cidade do Rio, por sua vez, obteve a segunda menor variação nos preços, atrás apenas de Florianópolis, com 0,34%.
Segundo a Consultoria Econômica da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), future tank que analisou o relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a capital fluminense observou aumento de preços em novembro nos seguintes itens que compõe a cesta básica: carne bonina (nova alta, diante alta demanda interna e externa, além da oferta de boi para abete não estar normalizada); óleo de soja (produto impactado pelo aumento das exportações do óleo bruto e da menor oferta para o mercado interno); e batata (interrupção da colheita por alguns dias devido à chuva). Por outro lado, alguns itens registram queda de preços em novembro na capital fluminense, como, por exemplo: banana (forte calor maturou o fruto e elevou a oferta); feijão preto (-1,42%), efeito da proximidade da próxima safra; café em pó (-0,14%) após meses de alta, apesar da menor oferta mundial, do dólar valorizado diante do real e da incerteza sobre o potencial produtivo da safra 2025/2026; e o tomate, com forte queda (-12,68%) após meses de alta, mesmo com o final a safra.
Com a inflação de novembro, o preço da cesta básica na capital carioca subiu para R$ 777,66. Dessa forma, o Rio passou a ter a quarta cesta básica mais cara do país, superado apenas pelas capitais de São Paulo (R$ 828,39), Santa Catarina (R$ 799,62) e Rio Grande do Sul (R$ 780,71). A diferença de preços da cesta básica do Rio para a de Belo Horizonte, a mais barata do Sudeste, foi de R$ 90,76 em novembro.
Para o presidente da Asserj, Fábio Queiróz, as mudanças climáticas têm afetado fortemente diversas safras, além de ter causado a redução na oferta de determinadas carnes.
“No mês de novembro, observamos uma alta menor no custo da cesta básica na cidade do Rio, inclusive em relação ao mesmo período de 2023. Os produtos que impactaram a inflação sofreram, de alguma forma, com problemas climáticos. É necessário observar o comportamento dos preços nos próximos meses. O azeite, por exemplo, que apresentou forte alta em 2024, já tem previsão de queda nos preços, por conta da ótima safra que os países produtores vêm colhendo”, ressalta o executivo.
No acumulado do ano até novembro, o valor da cesta básica aumentou 5,29% na cidade do Rio de Janeiro. Foi o sexto menor crescimento no ano dentre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, pouco inferior à média nacional (5,90%). A cidade de Campo Grande acumulou a maior inflação da cesta básica no ano (10,72%), enquanto Porto Alegre a menos (1,85%). Regionalmente, São Paulo registrou a maior inflação (8,85%) do Sudeste, já Belo Horizonte apresentou a menor (4,66%).
Para o fim de ano, com a proximidade das celebrações do Natal e o Ano Novo aquecem as vendas e mobilizam o setor para a forte demanda do período. Para a Asserj, as tradicionais festas de dezembro podem representar um crescimento de aproximadamente 20% nas vendas, em relação ao ano anterior.
Segundo Fábio Queiróz, os supermercados vêm se preparando para esse momento e apostam nas vendas natalinas, considerando a tendência das famílias em destinar um orçamento maior para a preparação da ceia.
“O Natal é a comemoração mais esperada pelas famílias brasileiras, sendo uma das datas mais aguardadas pelo varejo. Em 2024, o segmento supermercadista alimenta uma expectativa positiva, uma vez que as famílias irão priorizar suas comemorações ao redor da mesa natalina. Em nosso último levantamento, 27,6% dos consumidores informaram que planejam gastar mais de R$ 500 nas compras para a ceia de fim de ano. Esse comportamento reflete um padrão de consumo característico das festas de fim de ano, quando os laços familiares e a tradição se encontram”, ressalta o executivo.
Mesmo tendo nos produtos que compõem a ceia natalina os itens mais procurados, as compras não se limitam aos sazonais, pelo contrário, as vendas de Natal influenciam o crescimento de todas as categorias. De modo geral, a Asserj observa um maior destaque nas vendas dos supermercados em bebidas, que representam em média 30% da cesta do cliente, hortifrúti (15%), frutas secas (5%), sobremesas (10%) e as famosas aves natalinas, com sua representatividade nas compras conforme o perfil do supermercado e de seu público-alvo.
A mais recente pesquisa também destacou os itens mais procurados pelos consumidores para a ceia de fim de ano. O topo da lista é ocupado por produtos tradicionais: 79,6% dos entrevistados afirmaram que não podem faltar peru e chester, seguidos por rabanadas (76%), panetones (72%) e bacalhau (45,2%). A cerveja, elemento essencial para a celebração, aparece em 38,2% das respostas.
De modo geral, todas as redes de supermercados procuram apresentar boas oportunidades de compras nessa época, portanto, o consumidor deve estar atento ao mercado e aproveitar ao máximo essas oportunidades.
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