Cetip terá participação de 11,8% na nova companhia com BM&FBovespa

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O processo de fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip resultará em participação de 11,8% dos acionistas da Cetip na nova companhia, segundo detalhamento da negociação enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira. Essa participação é baseada na relação de troca de referência, que precifica em R$ 30,75 em dinheiro mais 0,8991 ação ordinária da BM&FBovespa na oferta por ação da Cetip.

De acordo com informações divulgadas, a oferta total, composta de caixa mais ações BM&FBovespa, não poderá ser menor que R$ 42,00 ou maior que R$ 48,51 por ação da Cetip.  A parcela paga com recursos em caixa não será maior que 85% do valor total da oferta. Na última sexta-feira, quando as companhias anunciaram o negócio, o valor total estava estimado em R$ 44,78 por ação da Cetip, num montante aproximado de R$ 12 bilhões.

A fusão prevê ainda um mecanismo que protegerá o acionista de oscilações nas ações ordinárias da companhia (BVMF3). O mecanismo será implantado se o preço dos papéis caírem abaixo de R$ 12,51 ou ficarem acima de R$ 19,75.

A BM&FBovespa estima que ao final desse ano a alavancagem (relação dívida líquida/Ebitda) da companhia originada da fusão será menor que 2 vezes, sendo reduzida para um patamar menor que 1 vez até o final de 2019.

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O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, revelou que a fusão pode trazer uma redução no pagamento de dividendos no curto prazo, voltando a se normalizar futuramente. “O importante é destacar que tanto a Bolsa quanto a Cetip são boas geradoras de caixa”, afirmou o executivo.

Edemir lembrou que com os desembolsos e a discussão futura sobre como ficará a política de dividendos, pode haver uma redução no montante a ser pago. “Isso deve ocorrer agora que é mais recente. Depois tudo será normalizado”, explicou o presidente da BM&FBovespa.

 

Financiamento

 

A BM&FBovespa já tem conversas adiantadas com bancos sobre a tomada de um empréstimo para ajudar a pagar a compra da Cetip, disse o presidente-executivo da bolsa paulista.

A operação, anunciada na última sexta-feira, prevê que a BM&FBovespa pagará pela Cetip um preço de cerca de R$ 12 bilhões. Aproximadamente 75% do valor será pago em dinheiro e, o restante, em ações.

Para pagar a parcela em dinheiro, a BM&FBovespa usará recursos da venda de participação que detinha no CME Group. Somando fatias vendidas em setembro e na semana passada, a bolsa levantou cerca de US$ 1,5 bilhão, ou aproximadamente R$ 5,3 bilhões em valores atuais.

A BM&FBovespa ainda pode usar algum excedente de caixa de que já dispunha para concluir o pagamento. “Já temos conversas bastante adiantadas com bancos para um empréstimo”, disse Edemir a jornalistas, sem citar nomes e eventuais valores.

Segundo Edemir, a expectativa do resultado da união entre as companhias é de uma economia de custos operacionais de cerca de 10%, o que em totais atuais seria algo em torno de R$ 100 milhões por ano.

“Esperamos que a maior parte disso venha das áreas de suporte”, disse. A expectativa do executivo é de que uma aprovação regulatória para o negócio, inclusive do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) possa acontecer antes de um ano.

Os executivos das empresas ainda não iniciaram as conversas sobre o futuro nome da companhia fruto da fusão das duas, segundo os executivos. Eles lembraram ainda que é muito cedo para isso. “Ainda não temos o nome de futura empresa”, afirmou Pinto.

O presidente do conselho de administração da BM&FBovespa, Pedro Parente, afirmou que a fusão da bolsa com a Cetip é um momento histórico para o mercado e lembrou que o momento econômico e político é desafiador no Brasil. “Este é um momento muito aguardado e histórico, apesar de oportuno. O momento econômico do Brasil é desafiador”, disse Parente.

O presidente do conselho de administração de Cetip, Edgar da Silva Ramos, disse que a união da companhia com a BM&FBovespa faz parte de uma busca por eficiência operacional.

“Procuramos uma busco por eficiência e essa união trará bons frutos”, afirmou o presidente do conselho durante coletiva de imprensa para detalhar a operação de fusão entre as companhias.

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