O CEO da petrolífera americana Chevron, Mike Wirth, defendeu nesta segunda-feira a continuidade das operações da empresa na Venezuela, afirmando que sua presença tem sido construtiva para ambas as partes, apesar do clima de tensão política e diplomática que persiste entre os governos dos dois países.
Em declarações à CNBC, Wirth enfatizou que o petróleo bruto pesado venezuelano continua sendo muito procurado pelas refinarias americanas e afirmou que a cooperação energética pode servir como uma “ponte” em tempos de atrito político. “Acreditamos que o comércio regional e o investimento estrangeiro são um veículo para que os países trabalhem juntos”, disse o executivo, que também destacou que a equipe de inteligência e segurança da empresa “monitora constantemente a situação no país”.
Desde setembro, Washington tem realizado operações militares no Caribe e no Pacífico sob o pretexto de combater o narcotráfico, com um balanço oficial de 62 mortos, 14 embarcações destruídas e um semissubmersível neutralizado.
Apesar dessa agressão militar, o presidente Donald Trump descartou a possibilidade de ataques diretos contra a Venezuela na última sexta-feira, embora mantenha uma postura de pressão e sanções contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
O próprio Trump admitiu recentemente ter autorizado operações secretas da CIA em solo venezuelano, que Caracas denunciou como uma “agressão armada multifacetada” com o objetivo de impor um governo fantoche e se apropriar dos recursos naturais do país.
A Chevron mantém uma presença histórica na Venezuela há mais de um século, participando atualmente de diversos projetos conjuntos com a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) na Faixa Petrolífera do Orinoco, uma das maiores reservas de petróleo bruto do mundo.
O Governo Bolivariano reiterou que todas as empresas estrangeiras que operam no país devem respeitar a Constituição e as leis venezuelanas, enfatizando que a cooperação econômica só é possível dentro de um quadro de respeito mútuo e soberania nacional.
















