A Câmara dos Deputados do Chile aprovou, na última quarta-feira, por 95 votos a favor, 36 contra e 33 abstenções, a proposta de uma reforma constitucional que permitirá aos afiliados às Seguradoras de Fundos de Pensões (AFPs) sacar até 10% de suas poupanças da aposentadoria.
A proposta conseguiu votos favoráveis até de deputados da base do presidente Sebatián Piñera, totalmente contrário à medida, e foi encaminhada ao Senado, onde também precisa ser aprovada. Em abril, uma proposta semelhante, para uma retirada de 25%, foi aprovada no Peru, outro país que adotou esse sistema previdenciário, que também é desejado para o Brasil pelo ministro Paulo Guedes.
A mudança é apoiada por 80% da população chilena. Apesar das medidas rigorosas de isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus, os chilenos fizeram barricadas e panelaço em defesa do projeto. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Brasil, é o primeiro passo para a reforma do sistema de capitalização da previdência do Chile, pioneiro no mundo, e que reduziu drasticamente os valores retirados da poupança a título de aposentadorias.
Pelo modelo de capitalização, cada trabalhador abre uma poupança e deposita quanto der e quando puder para conseguir se aposentar no futuro. Ao contrário do modelo solidário, na capitalização, nem governo nem empresários contribuem com a aposentadoria, só o trabalhador.
Entre 2006 e 2015, a ex-presidenta chilena Michelle Bachelet montou comissões para revisar o sistema previdenciário do país porque percebeu que os primeiros trabalhadores a se aposentarem, a partir dos anos 2000, recebem o equivalente a até um quinto do salário da ativa e que uma grande massa de pessoas estava sendo excluída do sistema previdenciário porque era incapaz de contribuir com regularidade por ganharem pouco ou não terem empregos formais.
Em entrevista publicada no Sul21, em 2019, no auge dos protestos dos trabalhadores chilenos contra a capitalização da previdência, Andras Uthoff, economista e professor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile, disse que a comissão percebeu que sistema excluía metade da população idosa, que não ia ter nenhuma aposentadoria. Suspeita-se que o número de suicídios entre idosos chilenos aumentou por conta desses problemas com a aposentadoria.
Parabéns pela matéria, objetiva honesta, coisa rara material assim ser editado em veículos especializados em finanças!
Quão necessário as leituras dessas informações ao povo brasileiro…bem….somos um povo sem educação…sem leitura …sem senso de que lixo é no lixo….e etc…etccccccc