Foto mostra Evandro Menezes de Carvalho.
São Paulo, 18 jul (Xinhua) — A economia chinesa terá um crescimento notável em 2022 em relação aos outros países por ter preservado as vidas diante da pandemia. e será uma solução para muitas nações que precisam enfrentar a inflação global e continuar com o ritmo do comércio exterior, disse o especialista brasileiro Evandro Menezes de Carvalho.
Carvalho, professor de direito internacional da Fundação Getúlio Vargas, também coordenador do Núcleo Brasil-China da fundação, afirmou que o resultado do crescimento econômico em 2022 não influenciará no médio e longo prazo, na perspectiva de que, a China, ao final da década, ultrapassaria os Estados Unidos como a principal economia do mundo.
“A previsão de que o PIB da China superará o dos Estados Unidos até o final desta década se mantém. Embora a China cresça menos, no patamar de 5%, não é que as demais tenham um crescimento muito alto. A China está mantendo um crescimento notável com a preocupação de continuar gerando empregos”, disse o especialista em uma entrevista à Xinhua.
O confinamento de Shanghai no combate à pandemia, segundo o especialista, não é a explicação correta ao se tratar de uma redução do crescimento chinês, mas sim de outros fatores como a guerra na Ucrânia, o chamado “confronto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia” ou a nova política comercial dos EUA contra a China.
“O confinamento foi uma opção política porque a China tem condições de dizer que preservou as vidas humanas e, portanto, reflete que se preocupa mais em cuidar da população do que os Estados Unidos, que ultrapassou um milhão de mortes por causa da pandemia. Isto é um triunfo político para os cidadãos, sobretudo a longo prazo”, avaliou Carvalho.
O especialista brasileiro argumentou que os Estados Unidos lançaram uma “guerra comercial” contra a China que “extrapola a questão comercial” sob o argumento da segurança nacional.
Portanto, Carvalho sustentou que a decisão de Washington “é estranha porque não há nada que justifique a redução de tarifas na Organização Mundial do Comércio sob o argumento da segurança nacional”.
Nesse contexto, o professor acredita que a China, apesar das dificuldades de 2022, tem expectativas melhores do que várias potências ocidentais, desempenhando o papel do motor do comércio global.
Segundo Carvalho, essa situação faz com que muitos países busquem “outras formas de saída, espaços e alianças, e a China se colocou nesse lugar com diplomacia estável e constante”.
“No Ocidente, a inflação está impactando a economia como todo, somada ao problema de liderança que eles têm, até nos Estados Unidos. A China é o principal parceiro comercial de mais de uma centena de países, e se apresenta mais como solução do que como problema, uma vez que a China manteve ativamente o fluxo de comércio e isso melhora o cenário global”, argumentou-o.
O especialista disse que, a situação mundial atual tem a ver com o “fracasso dos Estados Unidos nas suas intervenções militares no Iraque, Afeganistão e Ucrânia” e a opção da China como país que oferece cooperação.
“Um país que tenta resolver os problemas do mundo ignorando a ONU e usando a força, o que gera medo em países pobres e em desenvolvimento, que veem insegurança ao observar as posições erráticas do poder hegemônico”, ele afirmou. Fim
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