China–EUA chegam a acordos sobre áreas-chave

Encontro entre Xi Jinping e Joe Biden alivia cenário das relações China–EUA e abre espaço para retomada de negociações

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biden e xi jinping acenam
Biden e Xi Jinping acenam (foto de Ding Lin, Xinhua)

Os presidentes chinês, Xi Jinping, e norte-americano, Joe Biden, chegaram a acordos sobre várias áreas-chave de cooperação nesta quarta-feira, durante cúpula que ambos os líderes consideraram como um novo ponto de partida para a estabilização dos laços bilaterais China–EUA.

Em sua reunião em Filoli Estate, uma casa de campo a aproximadamente 40 km ao sul de São Francisco, Califórnia (EUA), Xi também elaborou os principais fundamentos para a relação China–EUA e instou as duas maiores economias a encontrarem a maneira certa de conviver.

Chamando a relação bilateral China–EUA “a mais importante do mundo”, Xi disse que os dois países enfrentam duas opções: ou melhorar a cooperação para a segurança e prosperidade globais ou agarrar-se a uma mentalidade de soma zero sob o risco de incitar o confronto e dividir o mundo.

“Olhamos para a reunião Xi–Biden com otimismo cauteloso” num momento em que o mundo está repleto de conflitos, disse Richard Black, representante do think tank Schiller Institute, com sede na Alemanha, nas Nações Unidas.

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“Esperamos que (a administração dos EUA) modifique as suas ações beligerantes em relação à China no que diz respeito às ações dos EUA que violam a política de Uma Só China, a aplicação de sanções econômicas e as tentativas de paralisar o avanço econômico da China”, disse ele.

Um ano após encontro em Bali

Esta reunião tão esperada ocorreu um ano depois de os dois presidentes se terem encontrado em Bali, na Indonésia. Foi um ano agitado, com fake news sobre balão espião. Tumultuaram também a relação a venda de armas de Washington a Taiwan e as tentativas norte-americanas de reprimir os avanços tecnológicos da China através de controles de exportação e sanções às empresas tecnológicas chinesas.

Só no final do ano é que as tensas relações bilaterais melhoraram, na avaliação dos chineses. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e a secretária do Comércio, Gina Raimondo, visitaram a China desde junho.

As conversações entre o enviado especial da China para as alterações climáticas, Xie Zhenhua, e o seu homólogo dos EUA, John Kerry, produziram resultados positivos, classificam os chineses. Os dois países também criaram grupos de trabalho econômico e financeiro e outros mecanismos de intercâmbio.

Pela primeira vez, os Estados Unidos enviaram uma delegação oficial de alto nível à recém-concluída 6ª Exposição Internacional de Importação da China.

biden e xi jinping na cúpula China–EUA
Biden e Xi Jinping na cúpula China-EUA (foto de Ding Lin, Xinhua)

Sachs: avanços na relação China–EUA

Jeffrey Sachs, professor de economia e diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, disse esperar que seja uma verdadeira “tentativa da administração norte-americana de finalmente tentar colocar as relações China–EUA numa base mais equilibrada e mais calma”.

Nas últimas semanas, tem havido algum “ressalto de esperança” de que os Estados Unidos irão “recuar do que tem sido uma trajetória equivocada” e realmente pretender “estabelecer alguma diplomacia normal com a China”, na qual as questões econômicas possam ser negociadas, disse Sachs.

Durante a cúpula de quarta-feira, ambos os líderes concordaram em promover e reforçar o diálogo e a cooperação entre China–EUA em várias áreas, incluindo negociações governamentais sobre IA e a criação de um grupo de trabalho sobre cooperação antinarcóticos.

Eles também concordaram em retomar, com base na igualdade e no respeito, a comunicação de alto nível entre militares, comprometer-se a trabalhar para um aumento significativo nos voos regulares de passageiros no início do próximo ano e expandir a educação, estudantes, juventude, cultura, intercâmbios esportivos e de negócios.

Cinco pilares para fortalecer a relação China–EUA

Xi disse que o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha são as lições que ambos os lados aprenderam dos 50 anos de relações China–EUA, bem como os conflitos entre os principais países da história.

Para a China e os Estados Unidos, virar as costas um ao outro não é uma opção, disse Xi, acrescentando que não é realista que um lado remodele o outro, e que o conflito e o confronto têm consequências insuportáveis para ambos os lados.

Desde o estabelecimento dos laços diplomáticos, “temos muito mais ligações entre os dois países, e a nossa relação tornou-se mais ampla e profunda. Foi enriquecida”, disse Jim Herlihy, fundador e produtor-executivo do The San Francisco Experience Podcast.

“Mas também precisamos cultivar e nutrir (os laços). Como todos os bons relacionamentos, você precisamos trabalhar neste relacionamento”, disse ele.

Xi apelou a ambos os lados para que desenvolvam conjuntamente uma percepção correta e sejam parceiros que se respeitem e coexistam em paz, administrem conjuntamente as divergências de forma eficaz, promovam conjuntamente a cooperação mutuamente benéfica, assumam conjuntamente responsabilidades como países importantes para resolver os problemas enfrentados pela sociedade humana. e promover conjuntamente o intercâmbio entre pessoas.

“Os cinco pilares enunciados pelo presidente Xi devem sustentar as relações China–EUA”, disse Tom Watkins, ex-assessor do Centro de Inovação Michigan-China.

“Estes princípios, ou pilares, constituem uma base sólida sobre a qual a China e os Estados Unidos devem ser capazes de construir um grande futuro para o povo da China, dos Estados Unidos e de toda a humanidade”, disse Watkins.

“Todas as grandes questões mundiais acabarão por chegar às suas portas, e é imperativo que os Estados Unidos e a China transcendam as suas diferenças e abordem as grandes questões mundiais”, acrescentou.

Com Agência Xinhua

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