O robô gigante “transformer” na frente da fábrica da XCMG Brasil, às margens da Rodovia Fernão Dias, não é só referência para os moradores de Pouso Alegre e região e surpresa para os viajantes que passam pelo Sul de Minas, mas é quase um símbolo de força dessa companhia chinesa.
Dez anos depois de instalada na cidade mineira, em um ponto estratégico do Sudeste brasileiro próximo da demanda dos três maiores estados brasileiros em volume de negócios – São Paulo, Minas e Rio – a Xuzhou Construction Machinery Group não para de crescer e gerar oportunidades.
A visita à XCMG no Brasil faz parte das entrevistas conjuntas dos canais midiáticos brasileiros e chinês, como parte das comemorações dos 50 anos de estabelecimento de relações diplomáticas entre Brasil e China.
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O diretor Comercial, Renato Torres, lembra que assim como o maquinário pesado para mineração, entre os maiores das linhas em operação hoje e pioneiro em montagem no Brasil, a recém-aberta linha voltada para o agronegócio também já mostra solidez nos seus respectivos mercados.
Embora confesse que o ritmo de demanda ainda não está do jeito que a multinacional de Jiangsu (província do Leste da China) gostaria, por razões de ordem conjuntural a cada mercado, a participação das máquinas XCMG surpreende.
Ele destaca os produtos elétricos como caminhões pesados e escavadeiras elétricas para mineração e tratores de 80 cavalos para a agricultura, dentro de uma grade de modelos setorial que está crescendo.
Nos segmentos da chamada linha amarela, voltadas fundamentalmente para aquisições públicas dadas as características de uso mais em obras públicas, o “nosso market share está cada vez mais presente”, argumenta o executivo.
“Na comparação com nossos concorrentes, sendo que a maioria está presente aqui há mais de 60 anos, é excepcional as vantagens que conquistamos”, complementa, adicionando os seguintes produtos que mais vendem hoje: pás carregadeiras, escavadeiras, guindastes, entre os principais da linha amarela, que ainda conta com motoniveladoras e retroescavadeiras.
Pesquisa e recordes
Essa expansão, alicerçada em pesquisa de mercado a fim de detectar detalhes específicos do que os consumidores finais querem e necessitam, tem feito a unidade de Pouso Alegre bater recordes. Angelo Milani, diretor de Finalização, responsável, portanto, também pelo monitoramento da qualidade até a expedição para os clientes, lembra que a fábrica alcançou mais de 300 mensais hoje.
“Em alguns intervalos, a capacidade chegou a atingir até mil produtos em um único mês”, reiterou o executivo, anunciando que volume anual está dimensionada para de 7 a 8 mil unidades das cinco famílias à disposição do mercado brasileiro.
Esse dimensionando passa pelos módulos dos galpões, num total de quatro em 150 mil m² (total de área superior a 1 milhão m²), montados visando a expansão, a formação de mão de obra através de parceiros de formação técnica e a ampliação dos volumes de peças e partes importadas da China com a combinação das aquisições feitas no Brasil e a finalização em Pouso Alegre.
Liderada pelo presidente para a operação brasileira, Li Hanguang, a XCMG Brasil transita em nichos de mercados de alto potencial de expansão no País, pelo crescimento exponencial aliado à necessidade de desenvolvimento brasileiro.
Daí que os planos são de agregar também mais modelos do portfólio completo da XCMG Global em ritmo cada vez mais acelerado.
Apoiada também em preços mais camaradas que seus tradicionais concorrentes europeus e americanos, além da confiabilidade, qualidade e durabilidade dos equipamentos, o diretor Renato Torres acredita que é só uma questão de tempo para ser líder em todos os setores aqui no Brasil.
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A XCMG é vista como pousoalegrense, diz prefeito
A industrialização de Pouso Alegre teve início na década de 1970, depois experimentou uma certa estabilidade, até saltar para uma nova fase mais promissora a partir dos anos 2000.
E não foi coincidência que o novo boom industrial dessa cidade próxima à divisa com o Estado de São Paulo se deu mais fortemente desde 2014, com a chegada da XCMG.
Quem diz isso é o Coronel Lima, prefeito (reeleito) da cidade, para quem a companhia chinesa trouxe mais “embarque” de formação de mão de obra e capacitação profissional à região.
“Hoje são mais de mil funcionários e outros virão”, lembra o prefeito, que pontua o desenvolvimento econômico do município e a rede de empregos indiretos agregada.
Destaque também, diz, é a integração cultural e comunitária da XCMG, que passou a ser referência entre os pousoalegrenses, que enxergam a fábrica não apenas como um polo de renda para o grupo global, mas como uma “empresa local”.
Desde ações mais diretas, como o auxílio na formação profissional, está a ampliação dos laços culturais China-Brasil, que vão desde a ajuda ao conservatório municipal de música a demais ações sociais em várias frente.
Por Giovanni Lorenzon, especial para o Monitor
Bom dia
Bom
Só que precisava ter peça de reposição porque a máquina da xcmg quebrar só por sorte de achar peça