Em 2012, a classe média era composta por 104 milhões de pessoas, o que correspondia a 48,7% do total da população. Em 2021, após dois governos neoliberais (Temer e Bolsonaro), milhões de brasileiros despencaram da classe C para a D (renda de até R$ 2,8 mil) ou para a miséria. Pela primeira vez na década a classe média forma menos da metade da população brasileira. São 100,1 milhões de brasileiros, que representam hoje 47% do país, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva.
A classe D/E subiu de 48,7%, em 2012, para 51,6% dos brasileiros, em 2021, totalizando 37,7 milhões de domicílios. A classe C (renda de até R$ 6,8 mil) se manteve no mesmo patamar entre 32,6% e 32,8%. Já a classe B (renda de até R$ 21,3 mil) caiu de 15% para 13,3% de 2012 para este ano, de acordo com levantamento da consultoria Tendências. O fato de a classe C ter mantido sua média pode ser motivada pela queda da classe B, segundo estudo publicado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Independentemente da pandemia, o que vem causando o empobrecimento das famílias são as escolhas dos dois últimos governos, que optaram pelo fim de políticas públicas que protegiam as classes menos favorecidas e os trabalhadores de baixa renda”, afirma Francisco Menezes, que presidiu o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea) durante o Governo Lula.
Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, 32 milhões de brasileiros saíram da pobreza e entraram na classe média.
A pandemia só mostrou o profundo poço da desigualdade social no país e no mundo, em que os ricos estão cada vez mais ricos, como mostram os relatórios da Oxfam, cita Menezes.
Para o especialista, algumas políticas públicas descontinuadas a partir de 2016, ano do impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), foram as principais razões da queda do poder aquisitivo da maioria das famílias brasileiras, assim enumeradas.
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