Clientes priorizam qualidade à preço, de acordo com pesquisa

Pesquisa contou com públicos de diferentes gerações

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Uma mulher faz compras em um supermercado em Tengzhou, Província de Shandong, no leste da China
Uma mulher faz compras em um supermercado em Tengzhou, Província de Shandong, no leste da China, 11 de abril de 2024. (Xinhua/Sun Yang)

Na última segunda-feira (02), a série de webinars “Papo de Mercado ABIHPEC” deu início a um ciclo de debates sobre as transformações na indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC). Durante o evento, foi apresentado um estudo inédito da consultoria Arquitetura do Comportamento, revelando uma crescente preocupação dos consumidores com a sustentabilidade e a importância da qualidade dos produtos, superando até mesmo o preço.

O levantamento, realizado com 500 entrevistados de diferentes gerações, apontou que a sustentabilidade é uma questão central para a maioria, com destaque para os Millennials e os Boomers, que demonstraram o maior nível de preocupação. Embora a Geração Alpha tenha menos conhecimento sobre o tema, aqueles que são informados mostram um elevado engajamento. No entanto, o estudo indica que, apesar do interesse generalizado, há uma significativa falta de informação sobre o assunto.

Conforme os dados da pesquisa, 85% dos participantes se sentem responsáveis pelo futuro do planeta, e 83% acreditam que optar por produtos e marcas sustentáveis é essencial para a preservação ambiental. No entanto, Rodrigo Toni, fundador da Arquitetura do Comportamento, alerta que todas as gerações são “vítimas” da falta de informação e da dificuldade em tomar ações concretas. Segundo ele, 74% dos entrevistados sentem falta de clareza nas prateleiras sobre quais produtos são realmente sustentáveis, enquanto 32% reconhecem a preocupação com o futuro do planeta, mas se sentem impotentes para agir.

Além disso, a pesquisa destaca que o setor de HPPC é visto como um universo sensorial pelos consumidores, oferecendo mais do que funcionalidade, mas também momentos de prazer, autocuidado e bem-estar. Essa percepção se alia a uma expectativa de que o setor adote práticas sustentáveis, associando-o a elementos naturais, como pureza da água e vegetação. Os consumidores exigem das marcas um papel mais ativo na liderança do tema, solicitando maior variedade de produtos sustentáveis, comunicação clara sobre essas práticas, eficácia comprovada e a presença de “certificados” que validem esses compromissos.

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A questão do preço ainda é um ponto sensível, com 49% dos entrevistados considerando os produtos sustentáveis “muito caros”. No entanto, Carmen Silva, representante da Euromonitor, apresentou um estudo que mostra uma mudança na relação dos consumidores com o preço, especialmente na América Latina. Segundo ela, o conceito de “value for money” está evoluindo, e os consumidores estão mais dispostos a pagar por produtos que entreguem qualidade e benefícios reais. “Acredito que, com uma mudança de mentalidade incentivada pelas marcas, o consumidor estará mais disposto a pagar um pouco mais por produtos que sejam eficazes e sustentáveis”, afirmou Carmen durante o painel.

As análises da Euromonitor também revelaram as preferências das diferentes gerações. A Geração Z busca eficácia em produtos, enquanto os Millennials valorizam, além da eficácia, a qualidade. A Geração X dá prioridade à eficácia, qualidade e, em especial, produtos que combatem sinais de envelhecimento. Já os Baby Boomers focam em eficácia, qualidade e soluções que retardem os efeitos da idade.

Entre as tendências em alta estão a premiumização, que valoriza produtos de alta qualidade; a demanda por itens de longa duração; produtos multifuncionais, que combinam várias funções; e o aumento da popularidade das marcas indie, conhecidas por inovação e autenticidade. Também cresce a procura por produtos dupes, alternativas acessíveis a produtos premium.

A relevância da sustentabilidade para o consumidor foi um dos temas centrais do painel, que contou com a participação da Euromonitor e da Arquitetura do Comportamento. As discussões destacaram o papel proativo das marcas em adotar práticas eco-friendly, usando ingredientes naturais, embalagens recicláveis e reduzindo impactos ambientais. A pressão por maior transparência nas cadeias de suprimento e a responsabilidade social são vistas como fatores cruciais para a competitividade das empresas no mercado atual.

O “Papo de Mercado ABIHPEC” continua ao longo de setembro, com eventos semanais abertos ao público e gratuitos.

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