A saída do presidente dos EUA, Joe Biden, após a fala do presidente argentino, Alberto Fernández, durante a reunião da Cúpula do Clima, não ficando para ouvir o breve discurso de Jair Bolsonaro, é a imagem que marca o distanciamento do Brasil com o resto do mundo. A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, também não assistiu ao discurso do presidente brasileiro.
Após a fala de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deu uma entrevista em que garantiu que o governo vai dobrar o orçamento deste ano para ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. Salles não citou, entretanto, os valores, que, segundo ele, ainda estão pendentes na negociação do orçamento, dando razão a quem cobra do governo brasileiro ações concretas.
Bolsonaro prometeu aos líderes mundiais alcançar, até 2050, zero emissões de gases de efeito estufa no país, antecipando em dez anos a sinalização anterior, prevista no Acordo de Paris. Salles, na entrevista, afirmou que o governo desencadeará as ações de comando e controle contra o desmatamento ilegal a partir de 1º de maio.
Os Estados Unidos prometeram cortar as emissões de gases de efeito estufa do país entre 50% e 52% até 2030, em comparação com os níveis de 2005. Com a nova meta, espera induzir outros grandes emissores a mostrarem mais ambição no combate à mudança climática.
Na quarta-feira, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que seu departamento adotará uma abordagem de “economia como um todo” para enfrentar as mudanças climáticas. “Especificamente, estamos empenhados em direcionar o investimento público para áreas que possam facilitar nossa transição para a meta zero e fortalecer o funcionamento do nosso sistema financeiro para que os trabalhadores, investidores e empresas possam aproveitar a oportunidade que o combate às mudanças climáticas apresenta”, disse ela.
“Uma estimativa situou os investimentos incrementais necessários em mais de US$ 2,5 trilhões apenas para os Estados Unidos. O capital privado precisará preencher a maior parte dessa lacuna”, disse Yellen. Página 3
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