CNC projeta retração de 13,4% na concessão de crédito a consumidor

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Recorrer a empréstimos e financiamentos para driblar a retração do orçamento familiar se tornou ainda mais arriscado no primeiro trimestre deste ano. Segundo as estatísticas de crédito divulgadas hoje pelo Banco Central, a taxa média de juros nas operações com recursos livres destinados às pessoas físicas atingiu inéditos 69,2% ao ano. Não há registro na série histórica do Banco Central, iniciada em março de 2011, de custo financeiro tão elevado nesse tipo de operação. Há um ano, a taxa média anual era de 54,4%.
Com taxa de juros de 449,1% ao ano, a rolagem de uma dívida no cartão de crédito dobra em 4,9 meses.
– Essa é, de longe, a modalidade de crédito mais cara ao consumidor, seguida pelo cheque especial, cuja taxa alcançou, também de forma inédita, 300,8% ao ano. O financiamento de despesas através do cheque especial dobra a dívida contraída em seis meses – afirma Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Com base no relatório Focus do Banco Central que aponta as medianas das expectativas para 2016 referentes ao crescimento econômico (-3,9%), à taxa básica de juros (13,25% ao ano em dezembro) e à inflação (+7,0%), a CNC projeta recuo real de 13,4% na concessão de novos recursos às pessoas físicas, o pior resultado dos últimos cinco anos. Nessas mesmas condições, a taxa de juros ao consumidor deverá continuar em alta até o início do quarto trimestre, até que a expectativa de queda nos juros básicos se confirme e permita ligeira retração do custo do crédito ao consumidor.

Firjan – Em nota ontem, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) disse que “a decisão do Copom não surpreendeu, haja vista que a economia brasileira passa pela mais profunda e longa recessão de sua história. De fato, a queda estrutural da taxa de juros depende de um maior alinhamento entre as políticas monetária e fiscal, fator-chave tanto para que a inflação retorne às metas estabelecidas quanto para a retomada do crescimento da economia brasileira. A solução definitivamente não se resume apenas ao regime de metas para inflação. Por isso, o Sistema Firjan defende um plano fiscal de longo prazo que sirva como âncora para as expectativas dos agentes e trabalhe em conjunto com a política monetária.”

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