CNC reduz para 6,9% projeção de queda no varejo após avanço em junho

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) revisou de 9,2% para 6,9% a previsão de retração no volume das vendas no varejo ampliado, em 2020. No varejo restrito – que exclui os ramos automotivo e de materiais de construção -, a projeção de queda também diminuiu, passando de 6,3% para 4,7%. As estimativas têm como base os dados positivos da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de junho, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A menor adesão ao isolamento social, que levou a uma maior circulação de consumidores no comércio, tem sido um dos principais fatores para a recuperação gradual do setor, a partir de maio. De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, outro ponto positivo nesse processo de retomada da economia são os programas adotados pelo governo, como o auxílio emergencial. "O coronavoucher ajudou a recompor, ainda que parcialmente, a capacidade de consumo da população, comprometida pela queda de rendimentos, em decorrência do agravamento da crise no mercado de trabalho", afirma Tadros, ressaltando que "a extensão do benefício, nos moldes atuais, até dezembro também poderá acelerar o processo de recuperação das vendas"

De acordo com a PMC, o volume de vendas no varejo avançou 8%, em relação a maio. "Com o crescimento do segmento de hiper e supermercados ao longo dos últimos meses, na média, o volume de receitas do varejo já retornou ao nível pré-pandemia" indica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. No conceito ampliado, houve evolução ainda maior (+12,6%). Contudo, apesar do crescimento, o volume de vendas dos 10 segmentos do varejo ampliado se encontra 4,5% abaixo da média verificada no início do ano.

Embora praticamente todos os ramos de atividade tenham registrado crescimento das vendas na passagem de maio para junho, na comparação com o período anterior à Covid-19, a maioria dos segmentos ainda acumula perdas, destacando-se vestuário e calçados (-45%) e livrarias e papelarias (-43%). Por outro lado, ramos impactados pela mudança do hábito de consumo da população ou aqueles autorizados a funcionar ao longo da pandemia apresentam nível maior de faturamento, em comparação com os resultados registrados antes do surto da doença: hiper, super e minimercados (+11%), móveis e eletrodomésticos (+14%) e lojas de materiais de construção (+16%).

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De acordo com cálculos da CNC, entre o início da pandemia, em março, e julho, os prejuízos do comércio com a crise alcançaram R$ 286,4 bilhões. Porém, desde o pico, em abril (R$ 77,4 bilhões), o setor tem apresentado perdas menos intensas. Os prejuízos de julho, por exemplo, somam quase R$ 10 bilhões a menos do que o volume registrado em junho (R$ 45,6 bilhões contra R$ 54,6 bilhões). Segundo Fabio Bentes, um dos fatores que explicam a evolução verificada a partir de maio é a intensificação de ações de venda virtual: "A quantidade de pedidos no comércio eletrônico aumentou gradativamente ao longo da pandemia, chegando a alcançar 142% de crescimento em junho, em comparação com o mesmo mês do ano passado".

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