A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) corrigiu a previsão de vendas do varejo restrito de -3,9% para -4,2%, e projeta queda de 8,3% no varejo ampliado ao final de 2016. As previsões foram revistas após retração de 10,3% no varejo restrito, em janeiro de 2016, em relação a janeiro de 2015, e de 13,3% no volume de vendas do varejo ampliado, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta quinta-feira, 10 de março, pelo IBGE.
Todos os 10 segmentos avaliados pela PMC acusaram variações negativas – fato inédito para o mês de janeiro na série histórica da pesquisa. Segundo o economista da CNC, Fabio Bentes, os segmentos que sofreram as maiores quedas são os mais dependentes das condições de crédito.
– As vendas nesses segmentos têm sido afetadas pelo aumento das taxas de juros ao consumidor que, no intervalo avaliado, subiram de 52,0% para 66,1% ao ano – explica Bentes.
O destaque negativo ficou com os ramos de móveis e eletrodomésticos (-24,3%) e de equipamentos e matérias de escritório, informática e comunicação (-24,0%). Mas a permanência da alta inflação também afetou o segmento de hiper e supermercados (-5,8%), que costuma ter menor oscilação nas vendas e enfrentou a maior retração em quase treze anos.
Em termos regionais, pelo sexto mês consecutivo, todas as 27 unidades da federação registram perdas, com destaque para os estados do Espírito Santo (-26,3%), Amapá (-23,8%) e Sergipe (-22,9%).