Colchão para garantir dívida cai para menos de 10 meses

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Cédulas de R$ 100 e R$ 50 (Foto: divulgação)
Cédulas de R$ 100 e R$ 50 (Foto: divulgação)

O vencimento de um grande volume de títulos prefixados fez a Dívida Pública Federal (DPF) cair de R$ 5,243 trilhões em março para R$ 5,089 trilhões em abril, com recuo de 2,92%, informou o Tesouro Nacional. Essa queda é temporária e típica do primeiro mês de cada trimestre, quando se concentram o vencimento de títulos prefixados. Os resgates somaram R$ 332,91 bilhões.

Nos últimos meses, o Tesouro tinha intensificado a emissão de títulos públicos para recompor o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos). Essa reserva, que tinha somado R$ 1,119 trilhão em março, caiu para R$ 969,3 bilhões em abril para cobrir parcialmente o vencimento recorde de títulos prefixados.

Atualmente, o colchão cobre cerca de 9,9 meses de vencimentos da dívida pública. Até o fim de 2021, está previsto o vencimento de R$ 735 bilhões em títulos federais. Nos primeiros meses da pandemia, o governo queimou parte desse colchão para compensar a instabilidade no mercado financeiro. Em agosto do ano passado, o Banco Central teve de repassar ao Tesouro R$ 325 bilhões para ajudar a recompor essa reserva.

A proporção de papéis prefixados caiu de 34,67% em março para 31,9% em abril. Os títulos corrigidos pela Taxa Selic (juros básicos da economia, que estão subindo) passou de 33,78% para 35,5%. A fatia de títulos vinculados à inflação subiu de 26,38% para 27,69%.

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A dívida pública mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) caiu 2,7%, para R$ 4,852 trilhões em abril. A dívida pública federal externa (DPFe) caiu 7,23%, para R$ 237 bilhões. Além da queda de 5,16% do dólar no mês passado, houve o vencimento de R$ 6,88 bilhões referentes à última emissão de títulos em euro do Brasil, ocorrida em 2014.

O Tesouro revisou para baixo a previsão de aumento para a dívida pública neste ano. Segundo a nova versão do Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF deverá encerrar 2021 entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões.

A estimativa anterior, divulgada no fim de janeiro, previa que a DPF deveria encerrar o ano entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 trilhões. Em nota, o Tesouro Nacional informou que, desde a apresentação da versão original do PAF, as condições de mercado melhoraram, permitindo que o governo emitisse mais títulos corrigidos pela Selic e pela inflação, com prazos maiores.

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