Inspirado pelo Pix, a Colômbia lançou o próprio meio de pagamentos instantâneos, o Bre-B. A operação em larga escala começou nesta segunda-feira (6) após duas semanas de testes, iniciados em 23 de setembro. O sistema segue as características principais do sistema brasileiro: interoperabilidade, disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, e liquidação imediata.
Empresas internacionais já podem oferecer o Bre-B aos clientes colombianos por meio do EBANX (plataforma de pagamentos fundada em 2012 no Brasil). A plataforma participou do comitê consultivo criado pelo banco central colombiano. Para facilitar o acesso, a empresa fez uma parceria com a MOVii, a primeira banktech da América Latina, que fornece infraestrutura completa de pagamentos de emissão e adquirência para indivíduos e empresas.
Mais de 30 milhões de pessoas já se cadastraram para usar o Bre-B, de acordo com o Banco de la República, o banco central da Colômbia. Esse número representa 76% da população adulta do país. Ao mesmo tempo, apenas 18% têm acesso a cartões de crédito, segundo o último relatório da instituição.
Dados do Banco Mundial mostram que a Colômbia tem uma das menores taxas de penetração de cartões de crédito na América Latina. Esse número permanece estável desde 2022. Enquanto isso, a parcela de colombianos que fazem transações online continua a crescer, indicando um aumento na preferência local por métodos de pagamento alternativos para compras pela internet.
“O Bre-B tem um potencial enorme para transformar a economia digital da Colômbia, assim como o Pix transformou a do Brasil. É por isso que trazer o sistema para nossa plataforma desde o primeiro dia foi tão importante para nós. Queremos que os consumidores e as empresas colombianas façam parte dessa transformação desde o início”, disse Eduardo de Abreu, VP de Produto do Ebanx..
“Os colombianos podem comprar de marcas globais usando o mesmo método de pagamento instantâneo e seguro que usam localmente. Estamos falando de acesso ao e-commerce mundial sem nenhuma barreira”, acrescentou Katherine Roa, CCO da MOVii.
Economia
A economia digital da Colômbia tem crescido a taxas de dois dígitos desde 2019 e deve ultrapassar USD 52 bilhões em 2025, ocupando o terceiro lugar na América Latina, atrás apenas de Brasil e México, de acordo com dados da instituição de pesquisa Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) analisados pelo Ebanx. Assim como o Pix fez no Brasil, o Bre-B vai impulsionar esse crescimento porque vai tornar as transações muito mais rápidas, eficientes e seguras tanto para empresas quanto para consumidores. A projeção da PCMI é que o mercado digital da Colômbia chegue a USD 73 bilhões até 2028.
O Ebanx. foi uma das duas únicas fintechs convidadas pelo banco central da Colômbia para integrar o Comitê Interdisciplinar de Pagamentos Interoperáveis, que assessorou as autoridades locais no desenvolvimento do Bre-B. Essa colaboração resultou em funcionalidades inspiradas em quase cinco anos de lições aprendidas com o Pix no Brasil, como pagamentos por QR code, identificação de usuários por meio de chaves (CPF, e-mail e número de telefone), interoperabilidade obrigatória para transferências instantâneas e limites de transação a depender do horário, para prevenir fraudes.
Abreu afirma que o Ebanx é responsável pelas transações de 20% de todos os usuários do Pix.
Apesar das similaridades, o Bre-B não é uma cópia do Pix. Enquanto o Brasil construiu um único trilho entre instituições financeiras para tornar seu sistema de pagamento interoperável, a Colômbia desenvolveu um novo ecossistema em cima de uma infraestrutura já existente. O Bre-B conecta serviços estabelecidos de transferência de conta que não tinham interligação entre eles, como Transfiya e EntreCuentas, com novas soluções como Credibanco e Visionamos. Ele também foi projetado para receber novas integrações no futuro.
















