Com 300 mil mortos, Brasil vive sua pior crise de forma desgovernada

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Hospital (Foto: divulgação)
Hospital (Foto: divulgação)

O Brasil vive seu pior momento na pandemia da Covid-19: eEm 24 horas, ultrapassamos a marca de 3 mil óbitos e praticamente chegamos a 300 mil mortes. Mais de 12 milhões de brasileiros e brasileiras já se contaminaram. E, ainda assim, apenas cerca de 6% da população recebeu pelo menos uma dose de vacina até agora. Os hospitais estão entrando em colapso devido à alta demanda por leitos de UTIs, a falta de insumos básicos como oxigênio e de profissionais especializados no tratamento intensivo.

Para além da taxa de desemprego na casa dos 14 milhões, da falta de proteção social a mais de 40 milhões de trabalhadores informais e que precisam ir às ruas para trabalhar e garantir a comida para suas famílias, ainda temos a crise financeira das pequenas e médias empresas.  E o aumento de preços de alimentos básicos, do gás de cozinha e outros itens de primeira necessidade.

Em nota, a Oxfam Brasil diz que “nesse contexto, o auxílio emergencial proposto pelo Governo Federal e aprovado no Congresso, com um valor médio de R$ 250 pelo período de quatro meses, é uma afronta a milhões de cidadãos e cidadãs do nosso país. O abismo social e econômico que marca a desigualdade extrema do Brasil aumentará exponencialmente se nada for feito. Reverter esse cenário exige uma liderança que tenha compromisso com o interesse público e que esteja determinada a encontrar soluções para amenizar os impactos da pandemia na vida da população. A fala do presidente no dia em que o país ultrapassou a marca de 3 mil mortes diárias por Covid-19 foi insuficiente e aquém do posto que ocupa. Ainda que tenha se expressado sem ironias inconvenientes, faltou com a verdade dos fatos em um país que já poderia ter um número muito maior de vacinas não fossem os equívocos do seu governo. Faltou também um compromisso real e concreto sobre o que vamos fazer hoje! E, mais uma vez, sequer chamou a população a adotar medidas mundialmente reconhecidas como necessárias, como o uso da máscara e o distanciamento social. O fato é que o Brasil vive sua maior crise de forma desgovernada, sem planejamento e estratégia definidos.”

Segundo a entidade, “mais do que nunca é importante que o conjunto da sociedade brasileira busque alinhamento e atuação conjunta com a ciência, e fundada na justiça social e na solidariedade. É necessário que diferentes setores e poderes atuem para salvar o país. As instituições brasileiras devem agir e tomar todas as medidas cabíveis legalmente para salvar vidas e preservar a Constituição. O tempo já se esgotou.”

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Em São Paulo, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) alerta que hospitais filantrópicos do estudo sofrem com escassez de medicamentos e alta de preço que chega a 1.762%.

Com praticamente 100% de ocupação de seus leitos de UTI para tratamento de paciente com Covid-19 e aumento na demanda devido aos casos graves que não param de chegar, Santas Casas e hospitais filantrópicos de São Paulo estão com estoque de medicamentos em situação alarmante. Levantamento da federação junto aos principais hospitais filantrópicos estaduais, mostram que a maioria só tem estoque destes itens indispensáveis para uma semana e, nos melhores cenários, para 15 dias. Aumento pela demanda dos medicamentos, escassez de matéria-prima para produção e custos significativamente elevados são alguns dos fatores que resultam na questão.

Os produtos em escassez são os sedativos e bloqueadores neuromusculares que compõem o chamado “kit intubação”, essencial para intubar e manter intubado pacientes em estado crítico.

No levantamento, os hospitais relatam que ao fazerem pedido dos produtos para um estoque de 30 dias, quando encontram os itens, não conseguem na quantidade para suprir a necessidade de manutenção dos pacientes. “Há hospitais que têm estoque para o uso de cinco dias, outros de 20 dias e todos com grande dificuldade de encontrar esses medicamentos. Isso nos preocupa, pois havendo a falta desses insumos, obviamente resultará no aumento do índice de óbitos, porque precisamos desses itens para manter a ventilação mecânica dessas pessoas”, diz o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

Do lado das indústrias farmacêuticas, Rogatti fala que os relatos são de que também foram surpreendidas com o aumento da demanda dos medicamentos, além da dificuldade para obtenção de matéria-prima para fabricação, que é importada.

Como se não bastassem a falta de medicamentos e os altos preços, quando encontrados, o diretor-presidente da Fehosp ressalta que a situação dos hospitais filantrópicos se agrava ainda mais com o subfinanciamento do custeio dos leitos de UTI para o tratamento da Covid-19.

“Os R$ 1.600 que o Ministério da Saúde repassa por leito/dia está ficando cada vez mais insuficiente para a cobertura dos gastos”, fala.

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