Com adiamento do 5G, empresas deixam de gerar US$ 2,2 bi até 2022

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Antenas de 5G (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Antenas de 5G (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

A demora para a realização do leilão de frequência de quinta geração (5G), a nova geração de conectividade móvel, e seus inúmeros adiamentos deve fazer com que US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões, na conversão) de negócios entre empresas (B2B) deixem de ser gerados até 2022. O dado é do Panorama sobre a Evolução do 5G e oportunidades para o mercado brasileiro, estudo inédito sobre a tecnologia no Brasil encomendado pelo Instituto IT Mídia, organização sem fins lucrativos que tem o propósito de transformar vidas por meio da educação e tecnologia, à IDC, fornecedora líder de pesquisa e consultoria de TI global. A estimativa compreende o período entre 2020 e 2022 — ano em que estava previsto para acontecer a licitação das frequências, até o fim do ano que vem, quando devem ser colhidos, de forma massificada, os primeiros benefícios das implantações. O cronograma foi impactado pela pandemia, que refletiu em muitos adiamentos. Após três anos desde o início da elaboração do edital, o leilão foi confirmado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o dia 4 de novembro.

“São US$ 2,2 bilhões a menos para a economia brasileira, recurso que deixou de ser empregado na maturidade digital do País, inclusive no processo de transformação digital que foi acelerado pela própria pandemia, mas que os adiamentos do leilão causaram esse descompasso nos investimentos. Perdeu-se parte da janela de inovação”, afirma Vitor Cavalcanti, diretor geral do Instituto IT Mídia.

Para Luciano Saboia, gerente de Pesquisa e Cconsultoria em Telecomunicações da IDC Brasil, responsável pelo estudo, existe como recuperar o tempo perdido, já que o período de implementação é longo. “Deixamos de gerar negócios para impulsionar tecnologias que já temos aqui no Brasil e com isso ficamos para trás em maturidade digital. O 5G é muito importante para países emergentes, que têm barreiras de conectividade maiores do que os países desenvolvidos”, explica.

Estudo da IDC encomendado pelo Instituto IT Mídia aponta que a geração de negócios previstos para os próximos quatro anos é de US$ 25,5 bilhões. Impulsionado por novas tecnologias como Big Data & Analytics, Cloud e, principalmente, Internet das Coisas (IoT), tecnologia que o Brasil ocupa apenas o 40º posto no mercado global, sendo que nas demais está entre os principais players, com destaque para o oitavo lugar no ranking em inteligência artificial. No estudo, encomendado pelo Instituto IT Mídia à IDC, dados apontam que 71% das pessoas ouvidas ainda não sabem como ou veem vantagem em como 5G melhorará suas experiências pessoais ou ainda apontam que se sentem atendidas pela tecnologia 4G. Como, além da mudança de mindset, a adoção tecnológica passa pela mudança de dispositivo, o desafio de ordem econômica é ainda maior. “O ciclo do 4G começou em 2013 para a Copa do Mundo e a massificação aconteceu há pouco tempo. Podemos esperar uma curva semelhante para o 5G”, explica Saboia.

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Se no B2C a adoção será lenta, no segmento empresarial o tempo urge. E um dos segmentos que deve ser beneficiado, de acordo com o estudo encomendado para a IDC, é o de redes privadas. Entre 2021 e 2024 o crescimento será de 3,6 vezes na América Latina, passando de US$ 55,4 bilhões para US$ 200,2 bilhões em 2024.

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