O volume de serviços no país avançou 0,8% em fevereiro de 2025 na comparação com o mês anterior, quando recuou 0,6%. Frente a fevereiro de 2024, o setor se expandiu 4,2%, décima primeira taxa positiva consecutiva. A variação positiva no mês foi puxada, principalmente, pelos serviços de informação e comunicação, que cresceram 1,8%. Com o resultado de fevereiro, o setor de serviços se encontra 1% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024. Já quanto ao patamar pré-pandemia, o volume total de serviços está 16,2% acima de fevereiro de 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje pelo IBGE.
Além do setor de informação e comunicação, outras três atividades apresentaram desempenho positivo em fevereiro: os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,1%), os outros serviços (2,2%) e os prestados às famílias (0,5%). O primeiro recuperou parte da perda verificada nos três meses anteriores (-3,8%), o segundo registrou um crescimento acumulado de 5% nos dois primeiros meses do ano, e o último readquiriu uma pequena parcela da retração verificada em janeiro (-3,3%).
“Em fevereiro, o setor de serviços mostrou um crescimento disseminado, com quatro das cinco atividades pesquisadas tendo resultados positivos. Com o avanço deste mês, houve recuperação da perda verificada em janeiro”, analisa o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o volume de serviços teve expansão de 2,6% em relação ao mesmo período de 2024. Já o acumulado nos últimos 12 meses, ao avançar 2,8% em fevereiro de 2025, repetiu o ritmo de expansão observado em janeiro de 2025 (2,8%).
O setor de informação e comunicação foi importante para o resultado de fevereiro, sendo responsável pelo maior impacto positivo ao crescer 1,8%. “O grande destaque dos últimos meses tem sido o setor de informação e comunicação, especialmente a parte de serviços de tecnologia da informação, que segue renovando a cada mês o ápice de sua série por conta de alta demanda no fornecimento de serviços TI, como o desenvolvimento e licenciamento de softwares; consultoria em tecnologia da informação; portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet; tratamento de dados etc. Em serviços profissionais e administrativos (1,1%), chamou atenção o crescimento das receitas das empresas que atuam com intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e de plataformas de e-commerce; de serviços de engenharia; de consultoria em gestão empresarial; e de atividades de limpeza em geral. Em outros serviços (2,2%), destaque para o aumento de receita das empresas que atuam com administração de cartões de crédito; com serviços financeiros auxiliares; e com coleta de lixo. Já em serviços prestados às famílias (0,5%), os serviços de bufê e atividades de apoio à educação foram os principais responsáveis pela alta”, afirma Rodrigo.
No sentido contrário, transportes (-0,1%) foi responsável pela única taxa negativa de fevereiro de 2025, após recuo de 1,8% em janeiro. O gerente da PMS lembra que “a ligeira variação negativa dos transportes se deveu a uma queda na receita das empresas que atuam com atividade de correio; de logística de transporte; de transporte dutoviário; e de transporte rodoviário coletivo de passageiros.”
Após recuar 5,8% em janeiro de 2025, o volume de transporte de passageiros no Brasil subiu 0,8% em fevereiro em relação ao mês anterior. O segmento se encontra, nesse mês de referência, 0,6% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 23,7% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).
O volume do transporte de cargas, por sua vez, aumentou 1,2% em fevereiro de 2025, recuperando parte da perda de 3,2% verificada entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Assim, o segmento se situa 7,7% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em julho de 2023. Em relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 33,9% acima de fevereiro de 2020.
Em termos regionais, a maioria (21) das 27 unidades da federação assinalou expansão no volume de serviços em fevereiro de 2025, na comparação com janeiro do mesmo ano, acompanhando o crescimento observado no resultado nacional (0,8%).
Os impactos mais importantes vieram de São Paulo (0,8%) e do Mato Grosso (24,9%), seguidos por Distrito Federal (9,2%), Amazonas (14,2%) e Santa Catariana (2,1%). Por outro lado, Rio de Janeiro (-0,9%), Minas Gerais (-0,6%) e Espírito Santo (-1,8%) foram responsáveis pelas principais contribuições negativas em fevereiro.
Frente a fevereiro de 2024, a expansão do volume de serviços no Brasil (4,2%) foi acompanhada por 23 das 27 unidades da federação. O estado com a maior contribuição positiva foi São Paulo (5,7%), seguido por Rio de Janeiro (5,5%), Distrito Federal (9%), Mato Grosso (10,9%) e Paraná (3,7%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-14%) foi o destaque negativo do mês.
Em fevereiro de 2025, o índice de atividades turísticas mostrou crescimento de 2,9% frente ao mês imediatamente anterior, após ter recuado 6,1% em janeiro. Com esse desempenho, o setor de turismo está 9,7% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 3,4% abaixo do ápice da sua série histórica, alcançado em dezembro de 2024.
Regionalmente, 10 dos 17 locais pesquisados acompanharam esse avanço verificado na atividade turística nacional (2,9%). Rio de Janeiro (3,1%) exerceu a influência positiva mais intensa, seguido por Paraná (6,5%), Minas Gerais (1,7%) e Espírito Santo (5,8%). Em contrapartida, São Paulo (-0,9%), Bahia (-3,2%) e Goiás (-5,2%) tiveram as perdas mais expressivas.
“O setor de turismo teve bom desempenho em fevereiro, mas cabe destacar a baixa base de comparação, uma vez que o turismo recuou 6,1% em janeiro. O transporte aéreo de passageiros foi o principal responsável pelo avanço das atividades turísticas em fevereiro. Outro fator importante foi a queda dos preços das passagens aéreas (-20,46%). Isso acaba se refletindo num aumento do volume de transporte aéreo”, observa Rodrigo.
Na comparação entre fevereiro de 2025 e igual mês do ano anterior, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou crescimento de 7,3%, nona taxa positiva seguida. A principal razão foi o aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo de passageiros, agências de viagens e locação de automóveis.
Das 17 unidades da Federação em que o indicador é investigado 14 mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (8,6%), seguido por Rio de Janeiro (11,6%), Santa Catarina (13,7%), Paraná (9,9%) e Minas Gerais (3,7%). Já Rio Grande do Sul (-4%), Alagoas (-6%) e Mato Grosso (-4,4%) exerceram os principais impactos negativos do mês.
“O crescimento de 0,8% em fevereiro, após o recuo de 0,6% em janeiro, sinaliza uma retomada saudável e consistente. Esse movimento mostra que o setor de serviços está respondendo positivamente às condições econômicas atuais, mesmo diante de juros ainda elevados e incertezas externas. A resiliência do setor é um dado a ser comemorado, principalmente por seu peso no PIB e na geração de empregos”, avalia Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo Multisport.
Já para Victor Reis, chairman do Grupo Med+, “a trajetória positiva dos serviços mostra uma transição da economia para um modelo mais baseado em capital humano, conhecimento e serviços especializados. A tecnologia, a urbanização e as novas demandas da sociedade têm moldado esse crescimento. A tendência é que, com mais investimentos em qualificação e digitalização, o setor continue sendo o motor da economia brasileira nos próximos anos.”
Com informações da Agência de Notícias IBGE
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