As relações com a África ganharam grande importância nos governos do PT, ainda que debaixo de críticas da mídia financista, que só consegue enxergar Europa e Estados Unidos. O comércio com o continente africano começou a cair no final do governo Dilma, o que piorou após o golpe de 2015/2016. Agora, o governo Lula 3 retoma a trajetória de relacionamento. Nessa segunda-feira (27), em Abuja, Nigéria, ocorreu o Seminário Nigéria–Brasil, que reuniu autoridades e empresários dos dois países. A Nigéria agora faz parte dos Brics, como país parceiro.
O evento abriu a Missão África Ocidental, estratégia do Governo Federal para reaproximar o Brasil da África. Mais de 40 empresários participam da viagem, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura (Mapa).
As exportações para a África alcançaram a casa dos US$ 12 bilhões em 2011 e 2012, caindo nos anos seguintes. O patamar só foi retomado em 2022; em 2024, chegou a US$ 15,8 bilhões. No lado das importações, o valor atingiu a casa dos US$ 17 bilhões em 2013 e 2014, mergulhando até US$ 3,6 bilhões em 2020. No ano passado, o Brasil importou US$ 8,4 bilhões.
Em relação à Nigéria, o Brasil quer ser parceiro estratégico no desafio de garantir segurança alimentar e estabilidade de preços. O país africano também é visto como um potencial parceiro para o desafio global da segurança e transição energética.
A corrente de comércio entre Brasil e Nigéria, que em 2014 foi de US$ 10 bilhões, está atualmente no patamar de meros US$ 2,1 bilhões, segundo o estudo “Perfil de Comércio e Investimentos Nigéria”, da ApexBrasil. Hoje as exportações brasileiras estão concentradas em açúcar e melaços, grupo de produtos que correspondeu a 73,5% das vendas para a Nigéria em 2024.
Na abertura do seminário em Abuja, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou que a iniciativa não se trata de uma missão clássica de promoção comercial. “A reaproximação com a África é uma determinação do presidente Lula, que entende ser muito importante retomar a presença em todos os países. A missão não é só comercial, mas de cooperação. O continente africano tem 1,4 bilhão de pessoas, e até o fim deste século terá perto de 4 bilhões. Nós temos oportunidades de negócios para o Brasil para cooperar com esse continente que é tão rico e parecido com o nosso para que se tenha melhor qualidade de vida e mais oportunidades. Tenho convicção que Brasil e Nigéria estarão juntos, trabalhando para garantir a segurança alimentar no mundo”, enfatizou.
Segundo Idi Mukhtar Maiha, ministro do Desenvolvimento da Pecuária da Nigéria, os dois países possuem características em comum, o que permite um estreitamento nas relações comerciais. “Brasil e Nigéria têm um relacionamento duradouro em que podemos compartilhar história, laços culturais, e objetivos econômicos em comum. Temos o mesmo povo, solo, clima e topografia.”
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