O aumento no consumo de energia elétrica no Brasil, impulsionado sobretudo pela onda de calor que atingiu várias regiões nos últimos meses, tem elevado o interesse do consumidor pela instalação de painéis solares como alternativa de eficiência energética e redução de gastos.
De acordo com levantamento na plataforma da fintech Meu Financiamento Solar, o volume de simulações de crédito cresceu 20% no mês de novembro em comparação com outubro.
Pela análise, a queda recente da taxa Selic, que saiu de 13,25% em agosto para os atuais 12,25%, é outro fator que impulsionou o crescimento da procura por energia solar tanto para residências quanto para empresas.
Outro ponto fator de crescimento da procura por painéis solares é a proteção contra a inflação energética, que blinda o consumidor das oscilações tarifárias que podem acontecer com escassez hídrica e aplicação de bandeiras vermelhas.
Somente nos telhados das residências brasileiras, a energia solar já representa mais de R$ 60,5 bilhões de investimentos acumulados no País. A potência instalada nas casas dos brasileiros ultrapassa a marca de 12 GW, quase a capacidade da usina de Itaipu, a segunda maior do mundo e que possui 14 GW.
Pelo estudo, a tecnologia fotovoltaica está presente em mais de 1,6 milhão de residências espalhadas em cerca de 5,5 mil municípios, de todas as regiões brasileiras.
Nesse próximo ano entra em vigor a Portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME), que autoriza qualquer consumidor ligado ao sistema de alta tensão – o chamado Grupo A – a migrar para o mercado livre. O setor estima que 165 mil novos consumidores possam fazer a migração do mercado cativo procurando preços melhores.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mais de 8,7 mil consumidores já haviam entrado com o pedido de migração – isso deve ser feito com 06 meses de antecedência. Para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 24 mil consumidores devem se retirar do mercado cativo em 2024. Isso se justifica porque a nova regre vai permitir que 37 mil consumidores do total de 202 mil que o país tem em alta tensão possam fazer a opção pelo ambiente de comercialização livre. O mercado livre já atende 90% da indústria permitida pelas regras atuais e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que mais de 55% das unidades que vão se encaixar nas novas regras querem fazer a migração.
O Brasil tem hoje mais de 510 comercializadoras de energia.
Atualmente está no Congresso Nacional a abertura total do mercado em 2026 para clientes comerciais de baixa tensão e dois anos depois, em 2028, para clientes residenciais e rurais. Há uma discussão sobre o assunto sobre os contratos com as distribuidoras do mercado regulado e com os geradores de energia.