O Brasil ganhou uma posição na lista entre os 25 principais mercados emergentes que devem receber investimentos estrangeiros em relação a 2024, subindo para o 4º lugar no Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro (2025 FDICI Confidence Index), da consultoria global Kearney. Em 2023, ano em que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu seu terceiro mandato presidencial, o Brasil era ocupava a 7ª posição.
Entre os países emergentes, o Índice aponta a China em 1º lugar, seguida pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Brasil, Índia e México. No geral, as Américas ostentam o maior número de mercados na lista com oito (um a menos que no ano passado), seguida pela Ásia-Pacífico com sete, Oriente Médio e África com cinco e Europa também com cinco (um a mais que no ano passado). Esta é a 3ª edição do ranking específico dos 25 principais mercados emergentes, analisando o sentimento do investidor em relação aos fluxos futuros de investimento direto estrangeiro.
No índice geral, há a prevalência dos mercados desenvolvidos, que ocupam 19 dos 25 principais mercados, oque, segundo a consultoria, mostra que investidores buscam segurança e estabilidade em um mundo volátil. Neste ranking o Brasil caiu do 19º, em 2024, para o 21º lugar. O resultado, ainda assim, é melhor que em 2023, quando o País não apareceu entre os 25 primeiros.
Sobre o Brasil, os entrevistados apontaram os recursos naturais (35%) como sua qualidade mais atraente para investimentos, seguida por seu desempenho econômico (30%) e o talento/habilidade de sua força de trabalho e facilidade de fazer negócios (cada um com 28%).
Além disso, os incentivos de investimento no Brasil variam de isenções fiscais a financiamento de baixo custo, com muitos setores oferecendo tratamento igualitário a investidores nacionais e estrangeiros, com exceção de saúde, mídia de massa, telecomunicações, aeroespacial, propriedade rural, operações marítimas e seguros.
“Embora a política comercial e tarifária dos EUA adicione alguma incerteza à perspectiva econômica do Brasil, é improvável que impactos setoriais como os da indústria siderúrgica e automobilística afetem fortemente a trajetória macroeconômica mais ampla do País”, explica Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil.
Investimentos estrangeiros: risco político aumenta
Segundo a Kearney, os resultados deste ano mostram que os investidores estão preocupados com o aumento do risco geopolítico e seu potencial para interrupções na cadeia de suprimentos, o que pode elevar os preços das commodities. Não por acaso, 38% dos investidores pesquisados veem um aumento nos preços das commodities como uma das tendências mais prováveis para este ano, e 35% citam como provável o aumento nas tensões geopolíticas, o que representa sete pontos a mais do que no ano passado.
“Com estes riscos em mente, o desempenho doméstico é visto como prioridade máxima para os investidores globais”, afirma Essle. Ele explica que este fator, juntamente com a eficiência dos processos legais e regulatórios, são os dois principais indicadores apontados pelos investidores para definir onde fazer investimentos diretos. A importância dessas questões sugere que os investidores estão cada vez mais focados em indicadores econômicos ao escolher onde investir.