Na gestão de Magda Chambriard (entre o 2º trimestre de 2024 e o 1º de 2025), o total de dividendos pagos pela Petrobras chegou a R$ 74,1 bilhões, valor 1,53 vezes superior ao lucro líquido auferido pela companhia no período, que foi de R$ 48,2 bilhões.
“Se por um lado é essencial que a companhia avance no sentido de sua eficiência operacional e geração de valor, a manutenção na distribuição de vultosos dividendos pode representar um risco para a garantia de investimentos de longo prazo necessários, em especial na transição energética, ou ainda para enfrentar a volatilidade de uma geopolítica global em transformação”, analisa o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que defende mudanças urgentes na política de distribuição de dividendos da estatal.
Os investimentos totais da Petrobras no primeiro trimestre desde ano cresceram 33,6% em comparação com igual período do ano passado – passaram de US$ 3 bilhões para US$ 4 bilhões – o que “demonstra o apetite da companhia em atuar em novas fronteiras exploratórias e manutenção da curva de produção e em ampliar sua eficiência operacional”, frisa Bacelar.
“No entanto, é preciso avançar também em investimentos em novas rotas tecnológicas de baixo carbono, quesitos estratégicos que ficaram a desejar, visto que as inversões em gás e energia de baixo carbono caíram 48,9% nos últimos 12 meses”, destaca o dirigente sindical.
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Para o coordenador da FUP, o anúncio feito pela empresa de uma política de “austeridade” para projetos e custos deveria incluir também a remuneração de acionistas. “Os ajustes conjunturais não devem atingir investimentos e projetos estratégicos, tampouco significar uma redução das condições de saúde e segurança de seus trabalhadores”, afirma ele, referindo-se a duras negociações trabalhistas que vêm sendo travadas com a Petrobras.