As reservas de petróleo na Margem Equatorial serviram como uma espécie de prêmio de loteria para a Guiana, que este ano terá o maior PIB per capita da América Latina e ano que vem das Américas (superará os EUA), na comparação em paridade de poder de compra (PPC), que mede e compara o poder de compra entre diferentes moedas. Em 2028, projeta o FMI, o vizinho brasileiro de pouco mais de 800 mil habitantes alcançará o maior PIB per capita do mundo, superando Luxemburgo e Macau.
O indicador não significa vida melhor para toda a população. Apesar de a pobreza ter caído de cerca de 60%, em 2006, para estimados 40%, ano passado, a distribuição de riqueza é desigual, e boa parte do lucro com o petróleo da Margem Equatorial vai para as multinacionais que exploram as reservas.
Porém o que acontece na Guiana comprova como o Brasil erra ao deixar de lado o potencial da Margem Equatorial. Em entrevista ao programa de entrevistas Diálogos com a Inteligência, produzido pela Insight Comunicação e Canal Meio, que estreia neste domingo (16), o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco disse que uma das características que distingue a transição energética mundial de outros processos no passado é a politização.
“Quando se fala em exploração da foz do Amazonas, o que se pretende explorar fica a 500 km da foz do Amazonas, mas as pessoas criticam para fortalecer o discurso (contra a iniciativa). A Petrobras tem 40 anos de exploração de petróleo em áreas submarinas, sem que tenham sido destruídas as praias do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, do norte de São Paulo. Ela tem tecnologia, que foi reforçada nos últimos anos, e investiu muito não só para diminuir o risco de acidentes, mas também para ter um processo de reação rápida, que é muito importante”, afirmou.
A afirmação de Roberto Castello Branco vai na mesma direção da atual presidente da Petrobras, Magda Chambriard, apesar de ambos não ocuparem o mesmo espectro político. Na quarta-feira (12), Chambriard disse ser difícil acreditar que a não autorização para exploração da Margem Equatorial na parte mais ao norte do Brasil seja resultado de incompetência das operadoras para justificar o licenciamento. “O que não se resolveu em dez anos dificilmente será resolvido tecnicamente. Eu acho que essa questão transcende a discussão técnica”, afirmou a presidente da estatal.
Rápidas
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