O aumento do valor do Bolsa Família (chamado de Auxílio Brasil) para R$ 600 foi decisivo para que a desigualdade de renda no País caísse, em 2022, para o menor nível da série, iniciada em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022, divulgada pelo IBGE.
O rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou a R$ 1.586, com alta de 6,9% frente a 2021, quando registrou o menor valor (R$ 1.484) da série. Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, chegando a R$ 339,6 bilhões.
O percentual de pessoas com rendimento na população do país subiu de 59,8% em 2021 para 62,6% em 2022, maior proporção da série histórica, iniciada em 2012.
No ano passado, o rendimento médio do 1% da população que ganha mais (rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 17.447) era 32,5 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537). Em 2021, essa razão era de 38,4 vezes.
A desigualdade de rendimentos diminuiu no conjunto da população e também na população ocupada: o Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita caiu de 0,544 para 0,518, e o Gini do rendimento de todos os trabalhos caiu de 0,499 para 0,486, ambos os menores da série.
“Muitas pessoas voltaram para o mercado de trabalho, os muito pobres estão recebendo um auxílio que se compara ao auxílio emergencial em valor, e o 1% mais rico teve uma pequena redução no rendimento”, sintetiza Alessandra Brito, analista da pesquisa.
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