As micro e pequenas empresas geraram 60% dos empregos do mercado em março – foram 146,4 mil vagas criadas de um total de 244,3 mil empregos gerados no Brasil. O levantamento é do Sebrae com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em março, os setores com o maior volume de contratações foram serviços (76.186), comércio (23.504) e construção (22.210).
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que o mês de março demonstra o bom momento da economia brasileira e se soma a outros resultados positivos, como a queda dos juros e o aumento da projeção para o Produto Interno Bruto.
Segundo Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, “os resultados da economia mostram que estamos no caminho certo. Só nos três primeiros meses já foram geradas mais de 719 mil vagas de emprego, sendo mais de 429 mil pelas micro e pequenas empresas. Agora, com o programa Acredita Brasil, os pequenos negócios terão mais condições de gerar emprego e oportunidades em todo país. Junto com o Governo Federal, o Sebrae oferece condições para que o empreendedor consiga renegociar suas dívidas e acessar crédito assistido com garantia do nosso fundo de aval”.
O balanço também foi perto dos 60% no primeiro trimestre de 2024 – ao todo, do saldo de 719.033 novas contratações registradas no país, 429.703 estavam nas MPE e 226,3 mil nos médios e grandes empreendimentos.
O cenário para os pequenos negócios também foi positivo na comparação com o mesmo período de 2023, com um aumento de 21,9% no volume de novos postos de trabalho no acumulado do ano.
Na pesquisa por estado, Goiás, Mato Grosso, Roraima, Amazonas e Tocantins saem na frente no levantamento de melhor saldo de empregos, por empregados, no primeiro trimestre do ano. Para Décio Lima, o resultado mostra também que o eixo financeiro do país não está restrito somente aos grandes centros do Sudeste o Sul e que o pequeno empresário é a razão para o sucesso da economia brasileira.
Já de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), pequenas indústrias brasileiras estão com perspectivas favoráveis para os próximos meses, segundo o Panorama da Pequena Indústria. A constatação está no Índice de Perspectivas do setor, que apresentou alta de 0,6 ponto na passagem de março para abril e 1,6 ponto na comparação de abril de 2023 com abril de 2024, atingindo a marca de 49,2 pontos.
“O aumento dessas expectativas pode ser relacionado aos anúncios do governo sobre medidas de apoio ao setor, como Brasil Mais Produtivo e o Desenrola MPEs, mas essa edição do PPI ainda não capta os efeitos decorrentes do anúncio do novo programa Acredita, anunciado no fim de abril. Dos três setores – extrativo, de construção e de transformação – apenas a indústria de transformação apresentou índice de perspectivas abaixo da linha de 50 pontos, que divide expectativas altas das baixas, o que reflete o momento difícil que o setor está vivendo, sobretudo pelo forte impacto das taxas de juros elevadas”, contextualiza a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
O Índice de Desempenho das indústrias de pequeno porte oscilou ao longo do primeiro trimestre de 2024. De dezembro para janeiro, houve alta de 0,4 ponto e na passagem de janeiro para fevereiro, caiu 0,4 ponto. Entretanto, março puxou o indicador para cima, com aumento de 0,7 ponto em relação a fevereiro. No fim do período, o índice ficou com 44,6 pontos.
O Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias recuou 1,7 ponto, de 42,2 pontos para 40,5 pontos. Apesar da queda, que revela uma piora da situação financeira, independentemente do segmento industrial, o indicador permanece acima da média histórica de 38,4 pontos. Esse resultado trimestral é calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) para as indústrias de pequeno porte foi de 49,7 pontos, queda de 1,6 ponto frente a março. Esse resultado mostra a transição do estado de confiança para falta de confiança na passagem de março para abril.
O principal fator que fez o Icei das pequenas indústrias recuar é a avaliação negativa das condições correntes da empresa e da economia brasileira.
No primeiro trimestre de 2024, os empresários indicaram que a elevada carga tributária se encontra em primeiro lugar no ranking de principais problemas enfrentados pelas indústrias de transformação e da construção com, respectivamente, 38,7% e 32,0% de citações. Esse problema figura nas primeiras posições com frequência e confirma a percepção dos industriais acerca do sistema tributário brasileiro, que é considerado complexo. O destaque é que a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado ficou em segundo lugar para a indústria da construção, assinalado por 28,2% dos industriais, aumento de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Para a indústria de transformação, o item ficou em terceiro lugar, assinalado por 25,6% dos pequenos empresários, também com alta de 1,2 ponto percentual.