O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto, por conta da operação das polícias Militar e Civil deflagrada nesta terça-feira na região dos complexos da Penha e do Alemão. De acordo com o governo do estado, a ação mobiliza 2,5 mil policiais civis e militares para prender lideranças criminosas e impedir o fortalecimento do Comando Vermelho.
Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na Zona Norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na Zona Sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais.
Segundo a Rio Ônibus, mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados. De acordo com a Mobi-Rio, os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão do BRT, foram impactados pelas ocorrências.
As recomendações da prefeitura são: evite circular nas regiões impactadas pelas ocorrências policiais; permaneça em local seguro; mantenha-se informado através dos meios de comunicação e canais oficiais do COR; baixe o aplicativo do COR.Rio, disponível para Android ou iOS; e, se necessário, use os telefones de emergência 190 (Polícia Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros).
A operação, que ainda está em curso, deixou pelo menos 60 mortos. De acordo com o governo do estado, até o momento, 81 pessoas foram presas, 72 fuzis apreendidos e “grande quantidade de drogas ainda em contabilização”.
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou, em nota, que acompanha “com extrema preocupação a escalada de violência provocada pela megaoperação”.
A comissão informou que vai oficiar o Ministério Público e as polícias Civil e Militar cobrando explicações sobre as circunstâncias da ação, “que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra e barbárie”.
Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, deputada Dani Monteiro (PSOL), “nenhuma política de segurança pode se sustentar sobre esse banho de sangue”.
“O Estado não pode continuar tratando a vida de todas as vítimas como descartável, nem as favelas como território inimigo ou palco de espetáculo. É preciso garantir a proteção de moradores e policiais, priorizando direitos, inteligência e planejamento em vez de violência e terror”, afirmou a deputada.
Mais de 50 ônibus viraram barricada; segundo a PM, CV mandou fechar as principais vias
Mais de 50 ônibus foram utilizados como barricadas no Rio de Janeiro, durante a Operação Contenção da Polícia Militar, realizada desde a madrugada nos complexos do Alemão e da Penha. As informações são da Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus da cidade. Segundo a PM, criminosos da facção Comando Vermelho receberam ordens para fechar as principais vias da cidade.
Segundo a Rio Ônibus, os números “aumentam a cada instante”, por isso é difícil consolidar o impacto total. “Mais de 120 linhas tiveram itinerários impactados. A mobilidade urbana está afetada em inúmeros pontos da cidade. As principais regiões afetadas são: Anchieta, Méier, Serra Grajaú-Jacarepaguá, Av. Brasil, Linha Amarela, Cidade de Deus, Chapadão, Engenho da Rainha, Complexo do Alemão e Penha”, informou a empresa em nota.
A MobiRio, empresa pública que administra os corredores de ônibus do BRT, informou que a operação policial provocou a interrupção de alguns serviços por motivos de segurança. As linhas afetadas durante esta tarde são: 31 – Alvorada x V. Carvalho; 35 – Madureira X Alvorada; 40 – Madureira X Alvorada; 41 – Madureira X T. Recreio; 42 – Galeão X Manaceia; 43 – S. Efigênia x Fundão; 46 – Penha X Alvorada; 67 – Campo Grande X Deodoro; e 68 – Bangu x Deodoro.
As empresas responsáveis pelo VLT, trens interestaduais (SuperVia) e metrô (MetrôRio) informaram que todas as linhas estão funcionando normalmente neste momento.
Até a última atualização, o número de mortos na Operação Contenção, nos complexos do Alemão e da Penha era de 64. Entre eles, dois deles são policiais civis e outros dois membros do Bope, atingidos em tiroteio na área de mata do Complexo do Alemão. A informação é do Palácio Guanabara. A Polícia Militar colocou de prontidão toda a tropa, e mesmo o pessoal administrativo está convocado a comparecer aos quartéis. O número de presos já ultrapassa 100, muitos deles de uma facção criminosa do Pará escondidos no Rio. Mais de 75 fuzis, além de pistolas e granadas foram apreendidos na ação até agora.
Com informações da Agência Brasil
















