Combustíveis já pressionam também inflação de março

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Bomba de combustível (Foto: divulgação)
Bomba de combustível (Foto: divulgação)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro foi de 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro. Foi a maior alta para um mês de fevereiro desde 2016. No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, refletindo uma aceleração da inflação.

O maior impacto no índice do mês (0,45 p.p.) veio dos Transportes (alta de 2,28%) e a maior variação, da Educação (2,48%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do resultado do mês. O grupo Alimentação e bebidas (0,27%) desacelerou frente a janeiro (1,02%).

O resultado dos Transportes (2,28%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (7,09%). A gasolina subiu 7,11%, o etanol, 8,06%, e o óleo diesel, 5,40%. Motoristas e entregadores de aplicativos estão programando manifestação para dia 17.

Projeções feitas pelo economista Cloviomar Cararine, da subseção Federação Única dos Petroleiros (FUP) do Dieese, apontam que os resultados esperados para março também são ruins. Até o momento, em apenas nove dias, os preços da gasolina e do diesel já foram reajustados três vezes, subindo 14,9% e 10,7%, respectivamente.

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“Os resultados apresentados aqui, pelo IPCA, mostram os efeitos perversos sobre a população da política de preços praticada pela Petrobras em suas refinarias, acompanhando a variação dos preços dos derivados no âmbito internacional. A gasolina e o óleo diesel, somente em fevereiro deste ano, sofreram três aumentos de preços nas refinarias, subindo 18,8% e 21,5%, respectivamente”, observa Cloviomar.

A alta dos preços levou o mercado financeiro a especular uma elevação da taxa de juros básica na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, semana que vem. “Temos uma deterioração em relação ao prêmio de risco da economia brasileira e avanço nas expectativas de inflação para 2021. Há risco de que as expectativas de 2022 comecem a ser afetadas”, analisa o estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, Felipe Sichel. “Ante isso, o movimento do Banco Central deve ser de elevação da taxa Selic. Acreditamos que uma elevação superior a 0,5% é possível, mas pouco provável.”

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