Combustível

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A forte queda por três dias seguidos dos preços do petróleo nos mercados futuros reinaugura curioso fenômeno meteorológico. Sazonalmente, o forte frio no inverno norte-americano é usado para inflar os preços dos papéis de petróleo negociados no mercado financeiro. No entanto, depois da dinheirama embolsada pelos players quando a cotação chegou a bater em US$ 55, a realização de lucros empurra os papéis para a faixa de US$ 40, numa queda de cerca de 30% em apenas três dias. Assim, em pleno inverno nos Estados Unidos, até o frio aquece o bolso dos especuladores de um mercado que movimenta US$ 5 trilhões por dia.

A segunda armadilha do PFL
Aparentemente, a estratégia é perfeita. Estimulado pelo presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), o prefeito Cesar Maia lança sua candidatura a presidente da República pelo PFL para ocupar o vazio da oposição conservadora ao governo Lula, vácuo que o PSDB, por ausência de unidade interna e conveniências eleitorais, não pode disputar explicitamente agora.
A idéia é valorizar o cacife do partido na hora de apoiar o candidato tucano e, até, evitar que a passividade no apoio seja entendida como favas contadas, com o risco colateral de uma participação de segunda linha num eventual governo do PSDB. O perigo, no entanto, é a coisa dar certo. Ou seja, Cesar, a exemplo de Roseane Sarney, subir rapidamente demais nas pesquisas e, mais uma vez, Bornhausen, confundindo pesquisa com eleição, conduzir o partido a nova aventura, como em 2002.
Pode-se argumentar, com razão, que Cesar não é Roseane, mas um, como a outra, não é o favorito dos donos do poder, o que o coloca na linha de mira destinada exclusivamente aos que possam, ainda que apenas potencialmente, atrapalhar a “polarização” dos siameses PT e PSDB. Para entrar no jogo para valer, PFL e Cesar precisam responder a pergunta essencial: terá o prefeito capacidade de resistir a investidas mais pesadas do poder midiático? Os ataques até agora às pretensões de Cesar devem ser vistos como suave aperitivo do que está por vir. O mais provável, se a candidatura caminhar para valer, é deparar-se com uma Lunus no meio do caminho, real, virtual ou plantada. A forma será indiferente. Mais importante será o recado dados aos forasteiros num jogo que se quer previamente decidido. Será que Cesar e o PFL vão encarar?

Falsa polêmica
Independentemente da manutenção ou não de sua candidatura, o prefeito Cesar Maia parte de pressuposto rigorosamente correto na sua análise: restringir a disputa eleitoral de 2006 à polarização entre PT e PSDB é mais desejo do que realidade. Além de os dois partidos terem amealhado pouco mais de um terço dos votos no país, como destaca Cesar, como ambos expressam os mesmos interesses, apenas a incompetência, a intimidação, a cooptação ou ainda a interdição do debate, impediriam que qualquer força alternativa dispute com chances reais contra os candidatos petistas e tucanos. É preciso, no entanto, explicitar com clareza, coragem e consistência sua diferença com o outro campo para ter chances efetivas na disputa.

Luto
A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, decretou nesta sexta-feira luto oficial por três dias pelo falecimento do secretário estadual de Receita, Mário Tinoco, ocorrido no final da tarde de quinta. O secretário faleceu na UTI do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, onde estava internado desde a última terça-feira, após sofrer uma parada cardíaca.

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Linha dura
A se efetivar a promessa do novo presidente do BNDES, Guido Mantega, de que o BNDES “não é hospital de empresa”, a AES e as demais contempladas pela generosidade tucana devem botar as barbas de molho. Pelo que se deduz da nova Lei de Mantega, agora será assim: não pagou, executou.

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