Comércio com árabes enfrenta alta no preço de fretes

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Navio carregado com contêineres (Foto: divulgação)
Navio carregado com contêineres (Foto: divulgação)

O comércio internacional vem enfrentando alta no preço dos fretes marítimos e o movimento ocorre inclusive no transporte de mercadorias entre o Brasil e o mercado árabe. Apesar de não ser com a região que o Brasil tem os seus maiores fluxos de comércio – como é o caso da China e EUA -, quem trabalha com o setor afirma que o transporte de cargas por navios ao mundo árabe está com preços maiores.

O preço alto do transporte marítimo é sentido principalmente desde o final do ano passado, mas é uma história que começou em 2020, com o início da pandemia de Covid-19. Paradas das indústrias em algumas regiões do mundo e dificuldade de conseguir matérias-primas em outras alteraram os volumes e endereços da produção, afetando as escalas e o vai-e-vem das cargas entre países.

A imprevisibilidade causada pela pandemia alterou a disponibilidade de navios, o que fez com que os preços subissem diante do aquecimento de alguns mercados neste ano.

Além do aumento do frete em si, as empresas brasileiras precisaram absorver a valorização do dólar frente ao real, já que o transporte marítimo é normalmente pago em moeda norte-americana ou em euros. Isso torna o Brasil menos competitivo diante de outros países com economias mais fortes e que ainda têm vantagens em malha portuária, terminais, velocidade de carga e descarga, tempo menor de retorno do navio.

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Os problemas de disponibilidade e preços ocorrem principalmente no transporte marítimos de contêineres, mas já estão respingando nas cargas a granel. Na falta de navios de contêineres, muitas empresas estão fazendo acordos com clientes no exterior para vendas de volumes maiores e assim usando navios graneleiros para transportar os contêineres (alguns tipos de embarcações são adaptáveis) refrigerados, por exemplo.

Entre os que trabalham com a logística das cargas impera a preocupação diária de garantir o transporte para as mercadorias dos seus clientes. Como os grandes gargalos atuais no transporte marítimo de cargas estão em navios de contêineres e o Brasil exporta aos países árabes principalmente commodities, José Augusto de Castro acredita que os problemas de frete estejam impactando menos o comércio com a região do que com as vendas a outros mercados aos quais o país fornece manufaturados.

Apesar das dificuldades da logística mundial, os números mostram que o Brasil vem entregando regularmente seus produtos ao mercado árabe e, inclusive, aumentando as vendas. De janeiro a maio deste ano, as exportações do Brasil aos países árabes cresceram 19% em receita e 16% em volume, segundo informações compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com base em dados do Governo Federal.

 

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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