Comércio do Rio espera alta de 0,5% nas vendas para a Páscoa

Alta de preço do chocolate não deve causar retração no consumo, mantendo estabilidade em relação a 2024

150
Aldo Gonçalves (Foto: Arthur S. Pereira/CDLRio/Sindilojas-Rio)
Aldo Gonçalves (Foto: Arthur S. Pereira/CDLRio/Sindilojas-Rio)

O comércio carioca estima um aumento de 0,5% nas vendas para a Páscoa. O índice conservador reflete cautela de alguns setores para com vendas nesse período. A data, considerada um verdadeiro Natal para as lojas especializadas em chocolate, passou a ter um novo sabor para o varejo, não se restringindo apenas aos ovos de chocolate e caixas de bombons. É o que mostra a pesquisa do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio), que ouviu 250 lojistas da cidade entre os dias 17 e 21 de março para conhecer a expectativa dos empresários com a Páscoa.

A pesquisa buscou informações sobre estoque, produtos, promoções e perspectivas de vendas, e contou com a participação de empresários dos setores de brinquedos, vestuário (adulto e infantil), calçados e bolsas, papelaria, perfumaria e cosméticos, joias e bijuteria, eletrodomésticos, utensílios para o lar e celulares.

Para Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do Sindilojas-Rio, diante da alta de mais de 180% do preço do cacau no mercado internacional nos últimos 12 meses e os reflexos por aqui, o varejo tem buscado inovar para atrair clientes oferecendo opções, além de chocolates, de produtos como brinquedos, bichos de pelúcia, celulares, jogos, joias e bijuterias, vestuário, entre outros.

“Esse movimento é importante para que o consumidor possa manter o grau de satisfação ao presentear. Por força dos acontecimentos, o desequilíbrio do mercado de chocolates fez a indústria do setor reduzir a produção em mais de 20% neste ano. E o interesse de outros segmentos comerciais em torno da data visa exatamente criar alternativas”, diz Aldo.

Espaço Publicitáriocnseg

Para 70% dos lojistas ouvidos o preço médio dos presentes por pessoa deve ficar em torno de R$ 150; para 20% até R$ 200; para 10% até R$ 250 e os clientes deverão utilizar o cartão de crédito e débito, Pix e dinheiro como forma de pagamento.

Segundo Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do Sindilojas-Rio, o comércio está apostando na Páscoa oferecendo outros produtos além do chocolate como bichos de pelúcia, brinquedos, jogos eletrônicos, cartões criativos e kits montados nas papelarias ao gosto do cliente, roupas (infantis e de adultos), joias e bijuterias entre outros artigos.

“Por isso os empresários estão inovando a cada ano na data para seduzir os consumidores, direcionando o foco nesta época, não apenas para as crianças, mas também para os adultos, atraindo atenção especial dos casais, principalmente dos namorados”, conclui Aldo.

De acordo com a pesquisa, os lojistas estão preparados para atender o consumidor que não quer apenas dar de presente ovos de chocolate: 80% acreditam em aumento de 0,5% nas vendas; 10% em crescimento de 0,8% e para outros 10% as vendas aumentarão 1,5%.

Já de acordo com levantamento da divisão Worldpanel da Kantar, o aumento do preço do cacau ainda não impactou o consumo de chocolates dentro do lar, que segue positivo no Brasil, e não deve afetar negativamente a Páscoa deste ano, seguindo tendência vista em 2024. E o consumidor brasileiro deve continuar fazendo escolhas para equilibrar o bolso e seguir comprando a categoria, assim como fez ano passado, quando apostou em opções mais econômicas, como barras, caixas de variedades e bombons.

Segundo o estudo, o volume de compras de chocolates no período de Páscoa (março e abril) em 2024 cresceu 15% em relação a 2023, impulsionado principalmente por formatos regulares, sobretudo barras (22,5%) e caixas (45,3% do volume da sazonalidade). Naquele ano, 44,4% dos lares brasileiros comparam chocolates no período analisado, sendo autosserviço o principal canal de compra.

Os destaques positivos foram caixas de chocolates, que corresponderam a mais de 50% do volume presenteado na sazonalidade, sendo que ovos de Páscoa apresentaram queda, indo de 20% do share de vendas em 2023, para 12,6% no ano seguinte.

O consumo de ovos de Páscoa, que teve nas versões artesanais impulsionadores de crescimento durante a pandemia, em 2024 passou a ter como motor de crescimento os industrializados (aumento de 17,3% vs. 2023). As chocolaterias, em constante avanço, representaram quase 30% do volume de vendas no intervalo analisado, devido aos preços competitivos de seus ovos em relação a marcas de varejo.

De acordo com análise da Kantar, o último semestre de 2024 registrou o início da movimentação de alta de preço do chocolate, com 7% de avanço comparado ao segundo semestre de 2023, e diminuição da intensidade de compra. Isso se refletiu em todas as classes sociais, que mesmo em dinâmicas diferentes, buscaram o equilíbrio do bolso para não abandonar a categoria. No último trimestre de 2024 os brasileiros de todas as classes sociais fizeram diferentes movimentações para seguir comprando o produto: A e B priorizaram marcas econômicas (8,4% volume) ou premium (10,6% de volume), enquanto classe C manteve preferência em marcas premium (9,4%), mas reduziu o consumo em 7,5% em volume, e classe DE priorizou marcas econômicas (19,3%). No contexto geral, marcas mainstream foram menos priorizadas, diante de um consumidor focado em custo-benefício, num momento em que a diferenciação é essencial para definir a compra.

No geral, mesmo com a alta dos preços, os consumidores adquiriram 8,6% a mais de unidades de chocolate por viagem, mas mantiveram o volume de compra e reduziram a frequência em 4,8% no último trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Um cenário ainda positivo, que mostra que o brasileiro é fiel à categoria e faz escolhas mais inteligentes para seguir comprando, como aderir a embalagens menores para comprar mais.

Leia também:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui