O comércio carioca estima um aumento de 2,5% nas vendas para a Páscoa. A data, considerada um verdadeiro Natal para as lojas especializadas em chocolate, passou a ter um novo sabor para o varejo, não se restringindo apenas aos ovos de chocolate e caixas de bombons. É o que mostra a pesquisa do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio), que ouviu 250 lojistas da cidade para conhecer a expectativa dos empresários e como eles se prepararam para a Páscoa.
A pesquisa buscou informações sobre estoque, produtos, promoções e perspectivas de vendas, e contou com a participação de empresários dos setores de brinquedos, vestuário (adulto e infantil), calçados e bolsas, papelaria, perfumaria e cosméticos, jóias e bijuteria, eletrodomésticos, utensílios para o lar e celulares.
Para 70% dos lojistas ouvidos, o preço médio dos presentes por pessoa deve ficar em torno de R$ 150; para 20% até R$ 200; para 8% até R$ 260 e para 2% acima de R$ 270 e que os clientes deverão utilizar o cartão de crédito e débito, PIX e dinheiro como forma de pagamento.
Segundo Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do Sindilojas-Rio, o comércio está apostando na Páscoa oferecendo outros produtos além do chocolate como bichos de pelúcia, brinquedos, jogos eletrônicos, cartões criativos e kits montados nas papelarias ao gosto do cliente, roupas (infantis e de adultos), joias e bijuterias entre outros artigos.
“Por isso, os empresários estão inovando a cada ano na data para seduzir os consumidores, direcionando o foco nesta época, não apenas para as crianças, mas também para os adultos, atraindo atenção especial dos casais, principalmente dos namorados”, explica.
De acordo com a pesquisa, os lojistas estão preparados para atender o consumidor que não quer apenas dar de presente ovos de chocolate: 65% acreditam em aumento de 2,5% nas vendas; 27% em crescimento de 4% e para 8% as vendas aumentarão 3,5%. Para isso os lojistas criaram uma série de ações para estimular os consumidores: apostaram na decoração da loja e vitrine; no lançamento de novos produtos, campanha publicitária, kits promocionais, desconto no total das compras e formas de pagamento facilitado.
A pesquisa mostra também que apenas 20% dos lojistas contrataram temporários para as funções de vendedor, caixa, promotor de vendas, demonstrador e repositor. Desses 10% disseram que pretendem contratar após o período de Páscoa, mas que isso depende do comportamento das vendas.
Estudo da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) apontou que os itens da data (itens à base de cacau, como ovos, barras de chocolate e bombons, bacalhau e peixe importado) esses itens estão mais caros em 2024, em relação ao ano passado.
Segundo a economista e professora da Fecap, Nadja Heiderich, a Páscoa de 2024 será marcada por um aumento significativo nos preços dos principais itens da ceia.
“O preço do cacau, principal ingrediente do chocolate, disparou em 2024, impactando diretamente os custos de produção dos ovos, bombons e barras”, afirma a especialista.
Mesmo com os preços altos, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) projeta 4,5% de aumento de vendas de ovos de chocolate, em comparação a 2023. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que o faturamento dos ovos de chocolate chegou a R$ 2,5 bilhões no varejo brasileiro em 2023.
Segundo o estudo da Fecap, os ovos de chocolate tiveram aumento médio de 15% em relação a 2023, com variações de acordo com marca, tamanho e tipo de chocolate; sendo que ovos de chocolate com recheio e/ou brinquedos podem ter aumento ainda maior, chegando a 20%.
Os fatores que contribuíram para o alto custo são o aumento do preço do cacau (35% desde o início de 2024), mão de obra e logística mais caras, além de embalagens personalizadas e ingredientes especiais que também elevam o valor final.
Bombons e barras de chocolate tiveram aumento médio de 10% em relação a 2023. Esses itens têm menor impacto do preço do cacau em comparação com os ovos, devido à maior variedade de ingredientes e formatos. Opções mais simples e com menor quantidade de chocolate podem ter preços mais acessíveis.
O azeite de oliva teve aumento médio de 8% em relação a 2023, principalmente pela quebra de safra na Europa, principal produtora mundial, e o aumento do custo de produção e logística.
Já o bacalhau (conjunto de vários pescados de diferentes gêneros, em particular o gadus) teve aumento médio de 5% em relação a 2023. Os preços mais altos são por conta da desvalorização do real frente ao dólar, alta da demanda global por bacalhau, e a menor safra em Portugal, principal exportador do produto processado. E peixes em geral têm variação de preços de acordo com a espécie e região do país. Algumas opções, como tilápia e sardinha, podem apresentar preços estáveis ou até mesmo queda. Peixes frescos tendem a ser mais caros que os congelados.
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