Comércio do Rio espera aumento de vendas com o Desenrola

134
Aldo Gonçalves
Aldo Gonçalves (Foto: Arthur S. Pereira/CDLRio/Sindilojas-Rio)

O comércio carioca está animado com o expressivo número de pessoas que estão aderindo ao Programa Desenrola e acredita que boa parte volte a consumir, aumentando a esperança do lojista com vendas melhores. É o que mostra pesquisa do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) – e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio), que ouviu 250 lojistas para conhecer o impacto do Programa Desenrola para o aumento das vendas no segundo semestre.

Para 65% dos lojistas ouvidos a tendência é que o grande número de pessoas que estão aderindo ao Desenrola e a outras iniciativas de recuperação de crédito contribua significativamente para o aumento das vendas já nos próximos meses e 35% disseram que o impacto somente será sentido no fim de ano, principalmente no Natal.

“O programa tem como característica intrínseca resgatar o cidadão ao incluí-lo numa perspectiva de volta às compras. Assim, acreditamos que o número, que já atingiu mais de 7,5 milhões de pessoas no Brasil, só tende a crescer, o que induz o comerciante a vislumbrar aumento das vendas com relativo otimismo no futuro mais imediato. Isso porque, após a renegociação de dívidas, as pessoas podem naturalmente retomar a capacidade de consumo. Elas abrem espaço no orçamento para gastos, uma vez que diminui o comprometimento da renda com dívidas após a renegociação. Em consequência, novas oportunidades para o comércio poderão surgir. Em particular, espera-se que no Rio de Janeiro esses fatores possam tingir de azul a atividade comercial”, disse Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio e do Sindilojas-Rio.

Ainda de acordo com Aldo, essa expectativa tem a ver com a evolução de alguns indicadores do Rio de Janeiro, refletindo melhoria da economia. “Por exemplo, há pouco tempo o estado recebeu avaliação BB de acordo com uma agência internacional de classificação de risco. A nota representou que o Rio de Janeiro melhorou status, subindo da prateleira negativa para a positiva. sa. O grau BB traz pontos positivos para investimentos, como confere ao poder público capacidade para honrar compromissos”.

Espaço Publicitáriocnseg

Outro ponto destacado por ele é que a evolução do consumo no comércio fluminense tem seu aspecto favorável através do recolhimento de impostos nos setores do comércio e reparação de veículos automotores e motocicleta. Nos seis primeiros meses do ano passado contra igual período de 2023 a arrecadação agregada subiu 6,29%, nominalmente, e 0,73%, em termos reais. Isso representou acréscimo de caixa ao governo estadual no montante de R$ 57,5 bilhões, fruto da diferença de R$ 913,0 bilhões para a arrecadação de R$ 970,5 bilhões no ano em curso até junho.

“Uma outra percepção – diz Aldo – é a de que se os indicadores das vendas do varejo do Rio de Janeiro acumulados em 12 meses e no primeiro semestre do corrente ano não se registraram favoráveis (-3,2% e -1,4%, respectivamente) – colocando o estado na contramão do restante do país (0,9% e 1,3%) -, no curto prazo podem sinalizar alguma recuperação, algo melhor para daqui em diante. Segundo o IBGE, as vendas comerciais no país se estagnaram em junho passado (0,0%), quando comparadas a maio; enquanto no Rio de Janeiro variaram mais (0,6%). O dado indica que de certa forma houve avanço.”

Ainda segundo ele, “se os indicadores de vendas evoluírem, mantendo a tendência de junho em julho, mês de férias; e como é esperado em agosto, considerando o Dia dos Pais, pode ser que o Rio de Janeiro esteja gravitando num ciclo de recuperação. Isso deriva de outros fatores que podem estar influenciando na mesma direção, também. Exemplo: aumento da geração de empregos; diminuição da Selic; estabilidade da inflação, junto com efeitos benignos do Programa Desenrola. A sensação é a de que o cenário produz confiança, podendo reverter-se em vendas maiores”.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre os dias 17 de julho e 11 de agosto, o Programa Desenrola Brasil soma R$ 8,1 bilhões em volume financeiro negociados, exclusivamente pela Faixa 2, no qual os débitos bancários são negociados diretamente com a instituição financeira em condições especiais. Essa faixa inclui as dívidas bancárias dos clientes que tenham renda mensal superior a dois salários mínimos e menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único do Governo Federal.

Da mesma forma, o número de contratos de dívidas negociados chega a 1,296 milhão, beneficiando um universo de 985 mil clientes bancários. A adesão ao programa irá até o dia 31 de dezembro.

Nesse mesmo período, apenas as instituições financeiras retiraram as anotações negativas (desnegativaram) de cerca de 5 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100. O prazo para essa baixa de registros se encerrou em 27 de julho. Esse balanço não inclui baixas de registros de outros credores não bancários.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui