Comércio entre Brasil e EUA atinge a pior marca em 11 anos

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O comércio bilateral entre Brasil e EUA até o mês de setembro registrou em 2020 o pior resultado dos últimos 11 anos. Segundo estudo da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), o valor das trocas comerciais entre janeiro e setembro de 2020 foi de US$ 33,4 bilhões, uma redução de 25,1% em relação ao mesmo período de 2019. Os dados, do Monitor de Comércio Brasil-EUA, foram divulgados hoje.

"A contração de ¼ da corrente de comércio entre Brasil e EUA é um golpe duro no comércio bilateral, sendo o pior resultado para o período desde a crise econômica de 2009", afirma Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham Brasil, entidade que representa cerca de cinco mil multinacionais brasileiras e americanas.

O relatório aponta três fatores principais para explicar a forte redução das trocas bilaterais. "A combinação dos graves efeitos da crise econômica causada pela pandemia, da queda do preço internacional do petróleo e de restrições comerciais em setores específicos, como o siderúrgico, respondem por grande parte da contração do comércio bilateral", contextualiza Abrão Neto.

Segundo análise da Amcham Brasil, no acumulado do ano, as exportações brasileiras para os EUA caíram 31,5% em comparação com igual intervalo de 2019, alcançando o total de US$ 15,2 bilhões. É o menor valor para o período desde 2010. Em termos relativos, os EUA foram o mais afetado entre os 10 principais destinos de exportação do Brasil em 2020.

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"Foram US$ 7 bilhões a menos em exportações. Como o perfil do comércio bilateral é composto principalmente por produtos de maior valor agregado, a atual crise econômica atingiu em cheio nossas exportações para os EUA. A taxa de queda foi quatro vezes maior do que a redução das exportações totais do Brasil para o mundo", explica Abrão Neto.

Por outro lado, as importações brasileiras vindas dos EUA despencaram neste terceiro trimestre, com redução de 41,6% em relação a 2019. Entre janeiro e setembro de 2020, as importações totalizaram US$ 18,3 bilhões, uma queda de 18,8%.

Como resultado do encolhimento das exportações e importações, a tendência é que o Brasil registre o maior déficit comercial com os EUA dos últimos cinco ou seis anos, aponta a projeção feita pela Amcham Brasil. Até o momento, o saldo negativo foi de US$ 3,1 bilhões em desfavor do Brasil.

Apesar da forte redução do comércio bilateral, os EUA seguem como o segundo principal parceiro comercial do Brasil (12,3% do total de suas trocas com o mundo). A China se mantém em primeiro lugar, tendo aumentado sua fatia para 28,8%, segundo dados do estudo.

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