O volume do comércio global de mercadorias deve aumentar 2,6% este ano, informou a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu relatório anual de estatísticas e perspectivas comerciais publicado nesta quarta-feira.
Segundo a OMC, o volume do comércio mundial de mercadorias caiu 1,2% no ano passado, mas aumentará 3,3% em 2025. Espera-se uma recuperação gradual em 2024, após a contração no ano passado, que foi impulsionada pelos efeitos persistentes dos elevados preços da energia e da inflação, afirma o relatório.
A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, afirmou: “Estamos fazendo progressos no sentido da recuperação do comércio global, graças a cadeias de abastecimento resilientes e a um quadro comercial multilateral sólido – que são vitais para melhorar os meios de subsistência e o bem-estar.”
O relatório prevê que as exportações da África crescerão 5,3% este ano, mais rapidamente do que qualquer outra região. Além disso, o forte crescimento do volume de importações – de 5,6% na Ásia e de 4,4% na África – deverá ajudar a impulsionar a procura global de bens neste ano.
Embora o impacto econômico das perturbações no Canal de Suez resultantes do conflito no Oriente Médio tenha sido até agora relativamente limitado, alguns setores, como automobilístico, de fertilizantes e comércio varejista, foram afetados por atrasos e aumentos nos custos de frete.
O relatório afirma que as tensões geopolíticas afetaram marginalmente os padrões comerciais, mas não desencadearam uma tendência sustentada para a desglobalização.
“Alguns governos tornaram-se mais céticos em relação aos benefícios do comércio e tomaram medidas destinadas a transferir a produção e o comércio para nações amigas”, observou o economista-chefe da OMC, Ralph Ossa. “A resiliência do comércio também está sendo testada por perturbações no Canal do Panamá e no Mar Vermelho, duas das principais rotas marítimas do mundo”, acrescentou.
O relatório estima que o crescimento do PIB global permanecerá praticamente estável durante os próximos dois anos, em 2,6% em 2024 e 2,7% em 2025.
Agência Xinhua