“Cometer injustiça é pior do que sofrê-la” (Platão)

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Uma das questões presentes na sociedade é a discussão sobre a incorporação de minorias no processo produtivo. Qual o papel da empresa-cidadã no debate sobre o papel das minorias?
As minorias sociais – conceito que nem sempre corresponde à aritmética – têm sido alijadas do processo de participação na força de trabalho e mais ainda da tomada de decisões na maior parte das empresas. A sensibilidade para esta situação indesejável vem sendo despertada, no entanto, ainda estamos longe de um estágio que se possa considerar satisfatório. Mulheres, negros e portadores de necessidades especiais não freqüentam as estatísticas de emprego na mesma proporção da população economicamente ativa e muito menos são vistos na hierarquia das organizações.
O balanço social é um instrumento para a medição do desempenho das empresas também no que se refere ao emprego deste segmento de trabalhadores, mas ocorrem algumas curiosidades na prática de apurar e tratar os números. Até há algum tempo, quando se tratava de contar os trabalhadores negros de uma empresa e verificar a participação deles em cargos de chefia, algumas empresas alegavam dificuldades, como a classificação a adotar, na medida em que o preconceito mal disfarçado criou denominações diversas. Mais recentemente, com a exigência da Rais de se informar esta classificação, a dificuldade deixou de ser um argumento.
Algumas empresas temiam até a possibilidade de serem tomadas como preconceituosas se indagassem e contassem sobre etnia e simplesmente não tinham o registro. Em relação aos portadores de necessidades especiais, várias curiosidades foram observadas. Uma delas diz respeito ao fato de que, diante da precariedade ou mesmo inexistência de registros, o aparecimento de um número de casos a partir de um certo ano ser interpretado como de necessidades adquiridas no processo produtivo, punindo a imagem da empresa, ao invés de premiá-la. Soma-se a isso a despreocupação quanto à existência de barreiras arquitetônicas, indevidamente subordinadas às exigências do lay-out da empresa.
As mulheres, por sua vez, têm a sua empregabilidade ainda condicionada a determinados setores econômicos, geralmente ligados aos serviços e às menores remunerações, como é exemplo tradicional o ensino. Mesmo nestes casos, a participação delas nos postos de chefia não obedece à mesma proporcionalidade dos homens. A empresa socialmente responsável tem no respeito às minorias, traduzido por emprego e igualdade de oportunidades de acesso aos cargos de chefia, um dos seus maiores desafios.
Há países em que normas exigem das empresas o anúncio da sua composição racial, punindo aquelas que não observam a correlação com a da sociedade em que estão incluídas. Este é um estágio da responsabilidade social. Melhor será quando, ao contrário de serem punidas, as empresas forem premiadas pelo respeito às minorias.

Qualidade de empresa-cidadã
A Belgo Mineira Usina Siderúrgica de Juiz de Fora realiza o projeto Ação Social pela música. Em parceria com a Escola Pró-Música, jovens carentes da região de Juiz de Fora, escolhidos pelo talento e pela vocação musical, recebem bolsas de estudos para aperfeiçoamento e participação na Orquestra escola e até na Orquestra de câmara. São pelo menos cinco horas semanais de aulas individuais, teoria e prática de orquestra e estudo dirigido.
Por iniciativas deste tipo, a Usina Siderúrgica de Juiz de Fora já fez por merecer diversos reconhecimentos da comunidade, sendo que, no ano 2000, foi reconhecida como empresa benemérita de Juiz de Fora, pela Câmara Municipal, recebeu o prêmio Excelência Empresarial, oferecido pelo Centro Industrial de Juiz de Fora, mais o prêmio ABPA, da Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes do trabalho, e a Comenda da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora. O diretor-presidente da Belgo Mineira Juiz de Fora, Cláudio Horta Mendes, foi também reconhecido pela Câmara Municipal com o título de Cidadão Honorário.

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