O Senado aprovou nesta terça-feira a indicação do economista Gabriel Galípolo para ser presidente do Banco Central do Brasil entre 2025 e 2028. Em votação secreta, o painel do Plenário totalizou 66 votos a favor e 5 contrários. Ele deve assumir o posto em 1º de janeiro.
— Nossos cumprimentos e votos de muito sucesso ao doutor Gabriel Galípolo, que será o próximo presidente do Banco Central do Brasil — disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, após anunciar a aprovação da indicação.
Mais cedo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado havia aprovado, por unanimidade, a indicação de Galípolo. O indicado de Lula é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra ao final de dezembro.
Segundo o Artigo 52 da Constituição, toda indicação para a Diretoria do Banco Central passa pelo crivo do Senado.
O Banco Central passou a ter autonomia com a Lei Complementar 179, de 2021, originada de projeto do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Pelo texto, o BC é autarquia de natureza especial, sem vinculação a ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, tendo autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira. O presidente do BC é escolhido pelo presidente da República no meio de seu mandato, mas precisa ter o nome aprovado pelo Senado.
Galípolo iniciou sua carreira pública em 2007, quando José Serra (PSDB) tomou posse como governador de São Paulo. Naquele ano, chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos. No ano seguinte, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o presidente Lula acertou na indicação para a presidência do Banco Central, porque Galípolo já disse por diversas vezes que atuará em defesa da população. “Ele nos apresenta pontos importantes, principalmente de equilíbrio para que a taxa Selic seja justa com o povo brasileiro e caminhe junto com o crescimento econômico do nosso país”, afirmou.
Durante a sabatina, um dos destaques da sua fala foi em relação ao acesso a crédito pela população, mediante uma taxa básica de juros (Selic) em 10,75% ao ano. “A redução dos spreads, dos custos, é uma agenda de longa data. Não é simples. Eu entendo e gostaria que a superação dessas limitações passasse pela criação de alternativas que são mais competitivas e interessantes para os clientes para que possam ter um crédito mais barato. Precisamos avançar nessa agenda que é prioritária para os próximos ciclos do Banco Central”, disse.
Dados do Sebrae confirmam a dificuldade de acesso a crédito junto ao sistema financeiro pelos pequenos negócios. A taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor individual (MEI), por exemplo, fica na média nacional, mais que quatro vezes maior que a Selic (atualmente no patamar de 10,5%) e pode chegar, no caso dos MEI da região Nordeste, ao nível de 51% ao ano.
Matéria atualizada às 15h44 para acrescentar aprovação do nome de Galípolo na CAE; às 18h02 para registrar a aprovação pelo plenário do Senado; e às 18h58 para incluir declaração do Sebrae
Com informações da Agência Brasil, da Agência Senado e do Sebrae