Comitê do Fed manteve os juros nesta Super-Quarta

Desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas

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Sede do Federal Reserve (Fed) em Washington
Sede do Federal Reserve em Washington (Foto: Joshua Roberts/Ag. Xinhua)

Reunião do Fomc nesta quarta-feira manteve os juros nos EUA. Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. A taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação continua um pouco elevada.

Em nota, o Fomc disse que julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo. Em apoio às suas metas, o Comitê decidiu manter a faixa-alvo para a taxa de fundos federais em 4,25% a 4,5%.

“Ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais à faixa-alvo para a taxa de fundos federais, o comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva em evolução e o equilíbrio de riscos. O Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências. O Comitê está fortemente comprometido em apoiar o máximo de emprego e retornar a inflação ao seu objetivo de 2%.”

Ao avaliar a postura apropriada da política monetária, o Fomc continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. “O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do comitê. As avaliações levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais.”

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Votaram pela ação da política monetária Jerome H. Powell, presidente; John C. Williams, vice-presidente; Michael S. Barr; Michelle W. Bowman; Susan M. Collins; Lisa D. Cook; Austan D. Goolsbee; Philip N. Jefferson; Adriana D. Kugler; Alberto G. Musalem; Jeffrey R. Schmid; e Christopher J. Waller.

Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “a Super Quarta influencia diretamente a cotação do real frente ao dólar, tornando a moeda brasileira mais atrativa para investimentos devido à diferença de juros entre os governos brasileiro e americano. Hoje, essa distância na taxa real de juros se amplia ainda mais, com a possibilidade de um aumento de 100 pontos-base no Brasil e a manutenção das taxas nos EUA. É fato que, sempre que o Congresso e o Executivo no Brasil estão mais silenciosos e há menos ruídos políticos, o real tende a se valorizar, o que se reflete na cotação frente ao dólar. No entanto, não podemos esquecer que o problema fiscal do Brasil permanece inalterado e que nenhuma medida concreta foi tomada até o momento. Embora o real esteja passando por uma correção, no ano passado houve dois fatores principais que levaram à sua desvalorização: o cenário externo, com o impacto das políticas de Donald Trump e o receio em relação à tributação sobre países exportadores para os EUA – que, apesar de ser gradativa, ainda gera incertezas -, e, internamente, a falta de avanço na agenda fiscal. Com a volta do Congresso na próxima semana, a pressão para que o Brasil adote medidas fiscais mais eficientes deve se intensificar. Quanto ao impacto da inteligência artificial chinesa, pode ter havido um reflexo positivo momentâneo para o Brasil, mas acredito que a correção excessiva no primeiro dia já começou a se ajustar e, nos próximos dias, essa influência deve se dissipar, sem benefícios duradouros para o país.”

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