Como as “fintechs de bairro” estão competindo com as gigantes das maquininhas de cartão

Fintechs de bairro competem com gigantes das maquininhas de cartão, oferecendo soluções locais inovadoras e atendimento ágil. Por Leonardo Gomes.

410
Leonardo Gomes

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), as transações realizadas via cartões (de crédito, débito e pré-pagos) em 2023 causaram um movimento de R$ 3,73 trilhões, um aumento de 10,1% em relação ao ano anterior. É uma movimentação poderosa. Mas, se você imagina que esse balanço está restrito às grandes companhias, saiba que diversas fintechs pequenas também fazem parte do cenário.

Refiro-me às “fintechs de bairro”, que oferecem maquininhas de cartão e outros serviços financeiros para estabelecimentos em suas regiões. É uma boa ideia ficar de olho nesse mercado, cada vez mais diversificado e que tem crescido significativamente nos últimos anos. A razão é principalmente o avanço da tecnologia e dos bancos digitais, que facilitam a emissão de cartões.

O crescimento faz sentido e deve continuar, considerando que a solução de pagamento mais utilizada pelos brasileiros é o cartão de crédito (preferido por 80% dos consumidores, segundo pesquisa da Opinion Box).

Para o consumidor, o importante é que o pagamento seja feito sem problemas. Mas você pode estar se perguntando: o que leva os comerciantes a escolherem as marcas e fintechs menos conhecidas de maquininhas?

Espaço Publicitáriocnseg

Em primeiro lugar, como esse é um serviço e produto que demandam confiança e credibilidade, a possibilidade de lidar diretamente com o proprietário da empresa ajuda na criação de uma boa relação. Ao mesmo tempo, é mais fácil garantir um atendimento ágil, uma vantagem competitiva própria de empresas menores.

A proximidade permite que as fintechs realizem parcerias estratégicas ou patrocinem iniciativas locais, por exemplo. Até mesmo a abordagem comercial presencial, com contato direto, pode ser vista como um diferencial, uma vez que é uma alternativa que grandes players não conseguem reproduzir da mesma maneira.

Com todas essas vantagens, faz sentido que mais empreendedores estejam criando negócios voltados para esse tipo de solução financeira. O mais difícil é o investimento para fazer tudo funcionar, mas isso não precisa ser um problema. O melhor jeito de resolver essa questão é contar com um parceiro que ofereça toda a tecnologia e estrutura para a criação de um negócio complexo, mas bastante rentável — incluindo desde máquinas de cartão até contas digitais e portais de controle de vendas, em um modelo white label que permite que cada fintech inclua sua própria marca nos equipamentos e softwares. Outro ponto importante é ter uma empresa que cuide de todas as questões regulatórias, como a conformidade com bandeiras, adquirentes e registradores.

Ou seja, há muitos caminhos para startups nesta área. E isso é bastante positivo: é ótimo ver cada vez mais pessoas descobrindo novos caminhos para empreender. O Brasil tem muito a ganhar com isso, pois cria um ambiente dinâmico e competitivo. As maquininhas de cartão fazem parte de uma área de baixo risco, rápido retorno e escalável, e juntando tudo isso com inovação, adaptabilidade e foco no cliente, temos ótimos ingredientes para o sucesso.

Portanto, nas próximas vezes que você fizer uma compra em um estabelecimento na sua região, não se surpreenda caso a maquininha de cartões seja de uma marca local. Ela pode estar se tornando a fintech favorita do seu bairro.

Leonardo Moreira Gomes é co-fundador e CEO da Paytime.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui