Celebrado em 18 de janeiro, o Dia da Universidade homenageia e destaca a importância das instituições de ensino superior. A IES (Instituição de Ensino Superior) cumpre o papel de educar o ser humano e servir à sociedade em que se insere e se mantém. Um dos seus principais objetivos é formar milhares de profissionais, pesquisadores e acadêmicos, promovendo diversidade e inclusão em todas as esferas do convívio social.
Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), o número de estudantes que ingressaram no ensino superior em 2023 foi superior a 4,9 milhões, dos quais 4.424.903 estão concentrados na rede privada (mais de 88,6%) e 569.089 (11,4%) na rede pública. A partir do ingresso nessas instituições, muitos jovens têm a oportunidade de conhecer o mundo por meio do método científico e da interação com outras culturas.
Políticas de inclusão, como as cotas para pessoas negras e indígenas, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência e o ProUni, ampliaram o acesso à universidade para grupos historicamente marginalizados. Em 2024, universidades públicas começaram a reservar vagas para estudantes trans. Esses grupos devem estar cada vez mais engajados, pensando em soluções para os problemas contemporâneos da sociedade. Garantir cotas que assegurem o ingresso de populações minoritárias no país é, sem dúvida, um dos caminhos para alcançarmos um projeto de nação unificada, frequentemente almejado e negligenciado ao longo do último século.
Muitas batalhas já foram vencidas, mas ainda há muito a ser transformado para que se alcance equanimidade para as próximas gerações. Questões como as mudanças climáticas, o desemprego, a disparidade social e os desafios no âmbito da saúde, além dos atrasos nas áreas industriais e tecnológicas, devem ser tema de discussão nas salas de aula de todo o Brasil. Engendrar um projeto de nação é também realizar um objetivo mundial: a preservação da vida, individual e coletivamente, enfrentando as graves anomalias de nossa organização social, como o racismo, o preconceito de gênero e a misoginia.
Por isso, instituições públicas e privadas desempenham um papel fundamental na formação de cidadãos conscientes e socialmente responsáveis, que coexistam e aprendam uns com os outros, por meio da troca de repertórios vivenciais, identitários e de classe. Nas salas de aula, por exemplo, projetos voltados para a diversidade enriquecem a experiência educacional, estimulando debates, inovando pensamentos e promovendo a empatia. Além de garantir o acesso à educação, as instituições de ensino superior podem implementar políticas internas que incentivem a inclusão, como programas de bolsas para comunidades sub-representadas, centros de apoio psicológico, espaços para diálogos interativos e eventos culturais.
As universidades têm a responsabilidade de refletir um grupo cujo conhecimento se sistematiza por meio de um planejamento que pode ser utópico, conforme a visão de Darcy Ribeiro, ou desenvolvimentista. Por isso, promover a diversidade e a inclusão é mais do que uma obrigação: é uma oportunidade de formar indivíduos críticos, engajados, empáticos e, acima de tudo, humanos.
Rodrigo Bouyer é avaliador do INEP e sócio da Somos Young