No Brasil, apenas 1 em cada 6 pessoas veem o envelhecimento de forma negativa, enquanto 97% demonstram algum nível de interesse pelo tema. O dado faz parte da nova edição do Indicador de Longevidade Pessoal (ILP). O estudo revela que, embora a consciência sobre a longevidade seja alta, ainda existem lacunas em planejamento e prática para envelhecer com qualidade.
O tema foi tratado na XVII edição do Fórum de Longevidade, nesta terça-feira (21), em São Paulo. Promovido pela Bradesco Saúde e a Bradesco Vida e Previdência, o evento destacou a Longevidade em Movimento, ao mencionar a importância de agir no presente para garantir mais qualidade de vida no futuro.
O diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, Bernardo Castello, pediu atenção para a responsabilidade com tudo que envolve a longevidade. “Nós trabalhamos para que esse conceito da mobilidade de viver mais, viver melhor, chegue cada vez mais a mais pessoas. E nós vamos continuar juntos. Peguei o cara. Pelo menos uma vez por ano, nós vamos nos encontrar aqui para trocar conhecimento, para fortalecer todos os nossos propósitos. Então eu conto sempre com vocês aqui. O longevo é um jovem que deu certo. Com muita sorte, nós também chegaremos lá”.
Flavio Bitter, diretor-gerente de Relacionamento e Comercial da Bradesco Saúde, disse que o controle da saúde no que diz respeito aos cuidados essenciais auxilia no fator longevidade. “Em relação à questão de controle, a iniciativa da longevidade oferece um auxílio significativo. Ela é fundamental em todos esses aspectos: nos números, na estatística, no controle de doenças e na oferta de alívio de pressão”
Isso porque, segundo o executivo, “quando o indivíduo se cuida, a possibilidade de onerar o operador ou a seguradora se torna menor. É um fato.n Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 50% das doenças estão diretamente relacionadas ao hábito de vida. Portanto, cuidar da saúde é, sem dúvida, um fator primordial.”
ILP
A longevidade no Brasil é mais do que o tempo de vida, sendo moldada pelos desafios socioeconômicos e emocionais de cada região, segundo o Indicador de Longevidade Pessoal (ILP) 2025. O estudo, realizado pela Edelman em parceria com a Bradesco Seguros, analisou como os brasileiros encaram o envelhecimento e o bem-estar, destacando que a preparação de longo prazo é um ponto fraco em todo o país.
O índice geral nacional ficou em 61 pontos, mas revelou disparidades regionais significativas em sua análise de 10 estados. Regiões mais desenvolvidas como São Paulo (64 pontos) e Rio de Janeiro (63 pontos) superaram a média, indicando melhores condições nos pilares avaliados. Em contraste, o Paraná registrou o menor índice geral, com 59 pontos, impulsionado por maiores dificuldades em áreas cruciais como saúde mental e finanças pessoais.
Ao falar sobre a Longevidade em Movimento, o médico gerontólogo e consultor de longevidade do Grupo Bradesco Seguros Alexandre Kalache explicou que as nações reconhecem a necessidade de abordar o aumento da proporção de idosos, o acesso ao crédito e a segurança alimentar. “A transição demográfica na França ocorreu de forma gradual, ao longo de aproximadamente 145 anos. No Brasil, assim como em outras nações, essa transformação ocorre em um ritmo mais acelerado. A expectativa de vida em 1900, há apenas 125 anos, era inferior à observada atualmente, em um período inferior a 145 anos. Nenhum país, mesmo os de menor desenvolvimento, apresenta hoje uma expectativa de vida inferior à observada no passado, quando esta era mais baixa. Essa é uma realidade da longevidade em movimento”.acrescentou.
A programação do fórum contou com a presença da atriz e apresentadora Cissa Guimarães, da atriz Zezé Motta, da especialista em Comportamento Financeiro, Ana Leoni, do consultor de Saúde e Estilo de Vida, Marcio Atalia, da pesquisadora da Fio Cruz, Margareth Dalcomo, da escritora e palestrante sobre envelhecimento, Ashton Applewhite, da dançarina Dalal Alchar, da atriz Beth Goulart, além da cerimônia de encerramento, com os atores Tony Ramos e Denise Fraga..
