No mês dos Namorados e da Bienal do Livro, a Companhia de Ópera da Lapa encena uma ópera baseada no clássico da Literatura, “Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, que fala sobre romance e sedução através do código secreto da linguagem das flores: “La Traviata”, de Verdi, dias 27 e 28 de junho, na Sala Cecília Meirelles, com a Companhia de Ópera da Lapa. O valor do ingresso varia de R$ 40 a R$ 20.
Violetta Valery, uma cortesã, adepta do amor livre, vivia de forma solta e atrevida em Paris até se apaixonar pelo nobre Alfredo Germont. A família de Alfredo se opõe ao romance e pede que ela rompa com o rapaz para não arruinar o futuro dele. Violetta, em nome do amor, cede aos apelos e seu sacrifício pelo amado a leva à morte. Essa tragédia romântica, cujo enredo gira em torno da “linguagem das flores”, um código secreto de namorados usado no século XIX, é embalada por árias consagradas como “Libiamo ne’ lieti calici” e “Sempre libera”, melodias com uma intensidade emocional que consagraram o compositor Giuseppe Verdi como um dos maiores no universo operístico.
As sopranos Michele Menezes e Maria Gerk interpretam Violetta e os tenores Ivan Jorgensen e Gabriel Senra encarnam Alfredo. A direção artística fica a cargo do cantor Fernando Portari e a direção cênica é assinada por Bruno Fernandes e Mateus Dutra. O espetáculo conta ainda com projeções assinadas por Matheus Simões e o Quinteto de Câmara da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ). A Companhia de Ópera da Lapa foi criada em 2024 com o propósito de formar novos profissionais do canto, fomentar a difusão da ópera, incentivar a formação de plateia e se transformar em um núcleo de criação de espetáculos operísticos. Uma das suas principais características é a intertextualidade criando novos diálogos entre a ópera e outros segmentos artísticos.
De acordo com a escritora Comba Marques Porto, especialista em ópera e autora do livro “Puccini e suas heroínas”, o tema central de “La Traviata” continua atual: “A personagem Violetta, de La Traviata, nos leva a refletir sobre a submissão das mulheres aos costumes, domínios e preconceitos inspirados na cultura patriarcal, ainda presentes nas famílias e nas relações sociais”.
Na Europa vitoriana, buquês eram usados para enviar mensagens. A posição da flor (inclinada para a direita significava “sim”, para a esquerda, “não”), o estágio da flor (botão para sentimentos nascentes, flor aberta para plenitude) e a combinação com outras flores alteravam o recado. Por exemplo, uma rosa vermelha com miosótis significaria “meu amor verdadeiro, nunca te esquecerei”. Livros como o de Charlotte de La Tour, “A Linguagem das Flores”, de 1819, eram consultados para codificar e decifrar essas mensagens.
Ficha técnica:
Violetta Valéry: Michele Menezes (soprano) e Maria Gerk (soprano)
Flora Bervoix: Carla Rizzi (mezzo-soprano) e Amanda Ayres (soprano)
Annina: Helena Lopes (mezzo-soprano) e Giulianna Mussumeci (soprano)
Alfredo Germont: Ivan Jorgensen (tenor) e Gabriel Senra (tenor)
Giorgio Germont: Flavio Mello (barítono) e Ciro D’Araujo (barítono)
Gastone: Celso Mariano (tenor) e Marcos Vinícius Lima (tenor)
Barão Douphol: Patrick Oliveira (baixo) e Cristobal Rioseco (baixo)
Marquês D’Obigny: Argos Braga (baixo) e Moisés Hills (baixo)
Doutor Grenvil: Pedro Olivero (baixo) e Cícero Pires (baixo)
Direção artística: Fernando Portari
Coordenação Artística: Manoel Mendes
Regência: Cyrano Sales
Pianista preparadora: Eliara Puggina
Pianistas: Francisco Bento e Jonathan Moreira
Música de câmara: Quinteto da OSJRJ
Direção cênica: Bruno Fernandes e Mateus Dutra
Coreografia: Bruno Fernandes, Mateus Dutra e Alexandra Magalhães
Cenografia e direção de arte: Matheus Simões
Coordenação de figurinos: Renan Garcia
Visagismo: Ulysses Rabelo e Rose Ribeiro
Projeções: Matheus Simões
Iluminação: Adriana Ortiz
Coro da Companhia de Ópera da Lapa
Coordenação: Pedro Olivero
Maestrina e preparadora vocal: Claudia Parussolo
Maestrina: Denise Borborema
Produtor executivo: Roberto de Moura
Figurinos gentilmente cedidos pela Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, criação de Marcelo Marques
Serviço:
Local: Sala Cecília Meireles – Rua da Lapa, 47 – Lapa – RJ
Datas e horários: 27 de junho às 19h e 28 de junho às 17h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)
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