A boa oferta de cenoura, nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas), influenciou na queda dos preços praticados no atacado no último mês. A média ponderada das cotações da raiz em abril registraram uma diminuição de 22,88%. De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a oferta dos principais produtores vem sendo suficientes para não deixar os preços dispararem como em 2024. É o que mostra o 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado hoje.
Alface e tomate também ficaram mais baratos no último mês. No caso da folhosa, o comportamento das cotações foi influenciado pela demanda pelo alimento e a redução nos preços não foi uniforme, sendo registrada na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Ceasa de Campinas e em Santa Catarina. Para o tomate, a média ponderada dos preços caiu 5,82%, em relação à média de março, diante do aumento na oferta de 5,3% em relação a março.
Já para a cebola e batata, a Conab verificou alta nas cotações. A média ponderada de preço da batata subiu 36,67% em relação a março. Apesar da alta recente, os preços seguem em patamares baixos, inferiores aos dois anos anteriores. Essa elevação pode ser explicada pelo início da mudança do eixo fornecedor do alimento a partir da diminuição dos envios da safra das águas paranaenses e aumento do fornecimento do alimento produzido nos estados do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste.
A cebola apresentou movimento ascendente dos preços em abril. Mesmo com as constantes altas registradas no início deste ano, movimento esperado para o período, as cotações estão abaixo do praticado em 2024. Esses valores mais baixos em comparação com 2024 podem ser atribuídos à recuperação da safra de Santa Catarina.
No caso das frutas, o movimento preponderante de preços da banana, laranja, mamão e melancia foi de queda. As cotações da banana caíram de forma leve na maioria das Ceasas analisadas, assim como o volume comercializado. Os preços da variedade prata estiveram elevados e foram contidos não só pela demanda, como também pelo menor tempo para a comercialização diante dos feriados em abril e pela concorrência com a banana nanica, mais barata.
No caso da laranja, a diminuição nos valores de comercialização praticado são influenciados pela menor qualidade de diversos lotes do cítrico e da demanda enfraquecida, influenciada pelo frio que se abateu sobre diversos centros consumidores. Para o mamão, a média ponderada dos preços chegou a cair em 10,53%. Assim como a laranja, o clima mais frio teve reflexo em uma menor demanda pela fruta. A boa oferta da variedade formosa também influenciou na redução dos preços. Cenário semelhante foi verificado para a melancia. As baixas temperaturas refletem em uma menor demanda pelo alimento. Com a menor procura, a média ponderada de preços teve redução de 15,39%.
Dentre as frutas analisadas, a única que apresentou aumento no preço, foi a maçã. A média ponderada do produto subiu 3,86%. Essa elevação é influenciada, principalmente, pela comercialização da variedade gala, que esteve controlada com o fim da colheita, o que tornou possível às classificadoras negociarem maiores preços. Já a variedade fuji atingiu o pico da colheita no fim do mês.
No primeiro quadrimestre de 2025, o volume total enviado ao exterior foi de 407 mil toneladas, de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa uma alta de 24% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024. Essas exportações geraram um faturamento de U$S 445 milhões (FOB), superior a 11% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024 e de 29% em relação ao mesmo período de 2023.
Nesta edição, a seção Destaques das Ceasas aborda as condições das rodovias brasileiras utilizadas para o escoamento dos alimentos in natura e os impactos desse transporte na comercialização desses produtos nas Centrais de Abastecimento.
Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo e Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, São José (em Santa Catarina), Goiânia, Recife, Fortaleza e Rio Branco que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população.
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