Conab vê alta de 13% na safra de grãos 24/25, estimada em 336,1 milhões de t

Já estimativa de maio do IBGE vê safra recorde de 332,6 milhões de toneladas em 2025, alta de 13,6%

616
Colheita de grãos (Foto: Wenderson Araujo/CNA/Trilux)
Colheita de grãos (Foto: Wenderson Araujo/CNA/Trilux)

A produção de grãos na safra 2024/25 aponta para uma colheita de 336,1 milhões de toneladas. A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para novo recorde de produção podendo registrar uma alta de 13% em relação ao resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, um acréscimo de 38,6 milhões de toneladas a serem colhidas. Os dados estão no 9º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado nesta quinta-feira pela companhia. Ainda de acordo com o documento, o bom desempenho se deve às boas produtividades das lavouras, projetada em 4.108 quilos por hectares, aliado ao aumento de 2,3% da área cultivada, estimada em 81,8 milhões de hectares.

Principal produto semeado na segunda safra, o milho deve registrar uma produção total de 128,3 milhões de toneladas. Os trabalhos de colheita da segunda safra de milho foram iniciados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Paraná. A expectativa é de que apenas neste ciclo sejam colhidas 101 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% se comparado com a segunda safra do grão na temporada passada. A boa expectativa é influenciada pelas boas produtividades alcançadas, que refletem as condições climáticas favoráveis ao cereal que ocorreram durante todo o ciclo na maioria das regiões produtoras, além do manejo adequado adotado pelos produtores brasileiros.

Outro produto de destaque é o algodão, que já aponta para uma colheita de 1,4% da área semeada. A produção da pluma está estimada em 3,9 milhões de toneladas, 5,7% superior à safra de 2023/24. Este resultado se deve ao crescimento de 7,1% na área cultivada, uma vez que as chuvas irregulares, até o momento, estão refletindo em uma produtividade inferior à observada na safra anterior, mas suficientes para manter o desenvolvimento das lavouras.

No caso do feijão, produto cultivado em três ciclos ao longo do ano, a expectativa é de uma produção total de 3,17 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento interno. Na primeira safra da leguminosa, com a colheita encerrada, o volume produzido atingiu 1,1 milhão de toneladas. Para a segunda safra, predomina os estágios de enchimento de grãos e maturação, mas já há locais com a colheita em andamento, com destaque para o Paraná e Minas Gerais, onde os trabalhos somavam 98% e 74% respectivamente em 31 de maio. Já a terceira safra se encontra em fase de plantio.

Espaço Publicitáriocnseg

Para o arroz, outro importante alimento para o mercado interno que registra a colheita praticamente finalizada, a Conab verifica um crescimento de 14,9% na produção, estimada em 12,15 milhões de toneladas. Essa alta é justificada tanto pela maior área semeada do grão, bem como pelas condições climáticas mais favoráveis, sobretudo no Rio Grande Sul, maior produtor nacional.

Os produtores de soja também já finalizaram os trabalhos de colheita. A produção da oleaginosa está estimada em 169,6 milhões de toneladas, 21,9 milhões de toneladas superior à safra de 2023/24, volume recorde na série histórica da companhia. O bom resultado é justificado pela utilização crescente de tecnologia pelos produtores, aliada às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras.

Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo com semeadura atingindo cerca de 42% da área destinada para a cultura. O plantio no Paraná atinge 72% da área, índice similar à média dos últimos cinco anos. Já no Rio Grande do Sul, o plantio chega a 8% da área. Os trabalhos no estado gaúcho, principal produtor do cereal, foi limitado em virtude da ocorrência de chuvas frequentes e da curta duração dos períodos de tempo seco no final do mês.

Neste levantamento, a Conab manteve praticamente estáveis as projeções do quadro de suprimentos da safra 2024/25 para a maioria dos produtos analisados, quando comparado com as informações divulgadas no último mês. Entre as diferenças está a atualização dos estoques de passagens de milho e arroz. No caso do milho a mudança decorre dos ajustes na produção total do cereal, enquanto que para o arroz a expectativa de exportação foi reduzida.

Já o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado também hoje pelo IBGE, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 332,6 milhões de toneladas em 2025. Trata-se de um valor 13,6% ou 39,9 milhões de toneladas maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas). Na comparação com abril, a estimativa registrou alta de 1,3%, com acréscimo de 4,3 milhões de toneladas.

A área a ser colhida este ano deve ser de 81,2 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 2,7% (2,1 milhões de hectares a mais) em relação à área colhida em 2024. Frente ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma expansão de 146,3 mil hectares (0,2%).

“A estimativa de maio para a safra 2025 é recorde da série histórica do IBGE, assim como as produções de algodão (em caroço) e soja. O aumento das áreas de plantio e o clima benéfico na maior parte das unidades da Federação produtoras são os responsáveis pelo sucesso da safra brasileira de grãos neste ano. Na safra atual, somente o Rio Grande do Sul apresentou declínio na produção, em decorrência da falta de chuvas durante a safra de verão”, destaca o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

Os principais destaques positivos da safra 2025 em maio são as estimativas da produção de soja (165,2 milhões de toneladas) e algodão (9,3 milhões de toneladas). O arroz, o milho e a soja representam 92,7% da estimativa da produção e são responsáveis por 87,9% da área colhida. Na comparação com 2024, houve aumentos na produção estimada do algodão herbáceo em caroço (4,5%), do arroz (15,9%), do feijão (4,6%), da soja (13,9%), do milho (14,1%, sendo 12,8% para o milho primeira safra e 14,4% para o milho segunda safra), do sorgo (9%) e do trigo (6,6%).

Ainda frente a 2024, mas no que se refere à área a ser colhida, ocorreu crescimento de 4,7% na do algodão herbáceo (em caroço), 11,3% na do arroz em casca, 3,3% na da soja, 3,2% na do milho (declínio de 3,6% no milho primeira safra e crescimento de 5,1% no milho segunda safra), e de 5,7% na do sorgo. Por outro lado, as áreas do feijão (-4,7%) e do trigo (-14,2%) apresentaram reduções.

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de maio mostrou variação anual positiva para todas as regiões do país: Centro-Oeste (17,5%), Sul (7,6%), Sudeste (14,7%), Nordeste (8,7%) e Norte (14,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos o Norte (3,2%), o Sudeste (1%) e o Centro-Oeste (2,6%). Sul (-1,2%) e Nordeste (-0,1%) tiveram declínios.

Em relação a abril, os principais aumentos nas estimativas de produção ficaram por conta da aveia (9,3% ou 111.265 t), do sorgo (5,6% ou 231.442 t), do feijão terceira safra (4,5% ou 35.793 t), do arroz (3,3% ou 394.347 t), do milho segunda safra (2,5% ou 2.510.549 t), do algodão herbáceo em caroço (1,7% ou 151.204 t), do tomate (1,5% ou 70.536 t), da soja (0,6% ou 964.849 t), do café arábica (0,6% ou 12.356 t), do café canephora (0,4% ou 4.213 t) e do milho primeira safra (0,2% ou 60.567 t).

No sentido oposto, houve quedas nas estimativas da produção da cevada (-23,1% ou -125.562 t), do feijão primeira safra (-2% ou -2.326 t), do trigo (-0,4% ou -34.842 t) e do feijão segunda safra (-0,2% ou -2.326 t).

“Em 2025, a produção de milho está bastante próxima da safra recorde de 2023, sendo possível ultrapassá-la. Isso vai depender da continuidade das boas condições climáticas, uma vez que a segunda safra está em campo e, portanto, ainda pode ser beneficiada”, acrescenta Carlos.

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,5%, seguido por Paraná (13,5%), Goiás (11,6%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados, representaram 79,4% do total. Em relação às participações das regiões brasileiras, o panorama é o seguinte: Centro-Oeste (51,1%), Sul (25,3%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,4%) e Norte (6,3%).

As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (3 603 336 t), no Mato Grosso do Sul (481 610 t), no Tocantins (374 520 t), em Minas Gerais (285 573 t), em Goiás (256 403 t), em Rondônia (228 061 t), em Roraima (38 775 t), no Distrito Federal (38 094 t), em Sergipe (32 127 t), no Rio de Janeiro (179 t) e em Santa Catarina (13 t). Já as principais variações negativas foram observadas no Rio Grande do Sul (-775 056 t), no Paraná (239 400 t), no Ceará (-31 734 t), em Alagoas (-6 949 t), no Piauí (-4 311 t), no Rio Grande do Norte (-4 150 t), no Maranhão (-3 197 t), em Pernambuco (-2 493 t), no Amazonas (-430 t), no Amapá (-170 t) e no Pará (15 t).

Com informações da Agência de Notícias IBGE

Leia também:

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui