Concentração de riqueza é tão alta quanto em 1905

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A crise é perversa com os mais pobres, mas premia os mais ricos. Os bilionários aumentaram suas fortunas para um recorde de US$ 10,2 trilhões, superando o pico anterior, de US$ 8,9 trilhões, alcançado no final de 2017. Relatório do banco suíço UBS revela que a riqueza aumentou 27,5% no auge da crise de abril a julho, turbinada pela alta dos mercados de ações.

O UBS atribui o resultado ao “maior apetite por risco” dos bilionários, que apostaram nas ações enquanto o mercado financeiro desabava. Mas estará mais perto da realidade quem enxergar uma apropriação da maciça transferência de fundos feitas pelos governos de quase todos os países para impedir um desastre maior nas suas economias.

A ONG britânica High Pay Center, que se concentra nos pagamentos excessivos a executivos e sócios de empresas, tuitou que “a concentração extrema de riqueza é um fenômeno feio do ponto de vista moral, mas também é econômica e socialmente destrutiva”.

Josef Stadler, responsável pelo departamento do UBS que lida com os bilionários disse ao jornal The Guardian que o fato de a riqueza dos bilionários ter aumentado tanto em um momento em que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo estão lutando pode levar à ira pública e política. “Existe o risco de serem apartados pela sociedade? Sim”, ele disse. “Eles estão cientes disso? Sim.”

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A concentração de riqueza é tão alta quanto em 1905, isso é algo que preocupa os bilionários. O problema é o poder dos juros sobre os juros – isso torna o dinheiro muito maior, e a questão é até que ponto isso é sustentável e em que ponto a sociedade vai intervir e contra-atacar?”, finalizou Stadler.

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