Confiança da indústria sobe 3,4 pontos em junho

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Empilhadeira na indústria (Foto: Nino Sartria/Sxc.Hu)
Empilhadeira na indústria (Foto: Nino Sartria/Sxc.Hu)

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 3,4 pontos na passagem de maio para junho deste ano. Com essa, que foi sua segunda alta consecutiva, o indicador atingiu 107,6 pontos, o maior patamar desde fevereiro deste ano (107,9 pontos). O Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado da indústria no futuro, subiu 5 pontos e atingiu 104 pontos. Já o Índice Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre as condições do presente, subiu menos: 1,8 ponto e chegou a 111,3 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,6 ponto percentual, para 79,4%, maior valor desde janeiro (79,9%).

“A recuperação das economias externas e o avanço do processo de vacinação no país contribuem para o aumento do otimismo das empresas. Apesar disso, é preciso cautela considerando que o setor ainda enfrenta dificuldades ainda com a escassez de insumos, aumento dos custos que incluem a mudança de bandeira para a energia elétrica, podendo ser fatores limitadores para uma recuperação mais robusta no segundo semestre”, afirma a economista da FGV Claudia Perdigão.

Em estudo divulgado na última sexta​-feira, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos da segunda onda da Covid-19 foram menos intensos e com menor duração, se comparados aos da fase inicial da pandemia. Após a retração verificada em março, o comércio e serviços mostraram recuperação já nos meses seguintes. Entre eles, o setor de serviços ainda se encontra abaixo dos níveis anteriores à crise sanitária, devido ao fato de que muitas atividades dependem da interação presencial. A estimativa do Ipea é de crescimento de 1,3% da receita do setor de serviços no mês de maio.

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Apesar da melhora de cenário, a lenta recuperação do mercado de trabalho, principalmente registrada entre os trabalhadores de baixa qualificação, ainda representa uma limitação para o crescimento do consumo de bens e serviços das famílias, especialmente daquelas que se encontram nas faixas de renda mais baixas. Além da recuperação mais lenta desses postos de trabalho, essas famílias também foram impactadas pela aceleração inflacionária. No entanto, com o retorno de programas de transferência de renda, como o auxílio emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, retomados em abril, o Ipea prevê um aumento de 3,9% na margem para as vendas do comércio em maio, com crescimento interanual de 25,8%.

Outros setores da economia, por sua vez, estão sendo estimulados pela recuperação da economia global, acompanhada pela aceleração dos preços internacionais das commodities e ainda pela desvalorização cambial do real frente ao dólar – que torna os produtos nacionais mais competitivos. O bom desempenho do agronegócio e das indústrias extrativas impulsionados por esses fatores tem aumentado também a demanda por bens de capital ao longo do primeiro quadrimestre de 2021.

Enquanto as indústrias extrativas têm respondido positivamente à demanda externa, o setor manufatureiro seguiu nos últimos meses um processo de ajustamento dos níveis de estoques, que encerraram 2020 em patamar bastante inferior ao considerado ideal pelos empresários. Esse fator foi importante para compensar o comportamento da demanda e contribuiu positivamente para o resultado do PIB no primeiro trimestre. A estimativa do Ipea é de que a produção industrial tenha avançado 1,4% em maio sem efeitos sazonais. O carry-over para o segundo semestre, ainda assim, ficaria em -2,4%.

A rápida recuperação verificada em boa parte dos indicadores de atividade, em resposta à queda ocorrida no mês de março, também se refletiu nos indicadores de confiança dos agentes. Embora generalizada, esta melhora foi mais intensa entre os empresários, enquanto os consumidores seguem com um sentimento ainda contaminado pelas condições adversas do mercado de trabalho.

 

 

Com informações da Agência Brasil

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