Brasil registrou 306.453 novas empresas: -3,1%

Sete em 10 são MEI (228.042).

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MEI: camelôs da feira do Lavradio (Foto: Divulgação)
MEI: camelôs da feira do Lavradio (Foto: Divulgação)

Em setembro, o país registrou 306.453 novas empresas, representando queda de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Desse total, 74,4% (228.042) eram Microempreendedores Individuais (MEI), como mostra o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian.

“Para quem está começando um novo negócio, se tornar MEI é uma das opções mais atrativas, já que oferece baixo custo mensal, isenção de tributos federais, facilidade de cadastro e acesso a benefícios previdenciários, contando com todas as obrigações e direitos de uma pessoa jurídica”, declara Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

Com uma menor barreira de entrada e inúmeras possibilidades de atuação, “Serviços” é o principal segmento escolhido pelos empreendedores, representando 71,3% dos CNPJs inaugurados em setembro. Em seguida estavam “Comércio”, “Indústria” e “Demais”.

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Ainda segundo o indicador, em setembro, São Paulo foi a Unidade Federativa (UF) com a maior quantidade de novos empreendimentos registrados, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os estados do Acre, Amapá e Roraima marcaram com os menores índices.

Confiança do comércio

O Índice de Confiança do Comércio (Icom), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) manteve-se relativamente estável em dezembro, ao variar 0,2 ponto, para 86,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, em 1,8 ponto, para 87,5 pontos.

“Após três meses de quedas consecutivas, a confiança do comércio acomoda e encerra 2023 mantendo patamar ainda pessimista e inferior ao mesmo período do ano passado. O avanço do mês foi influenciado pela melhora das perspectivas dos empresários para os próximos meses, apesar da persistente deterioração das avaliações sobre o momento. As expectativas positivas em relação ao futuro podem estar associadas ao provável cenário de continuidade na melhora do ambiente macroeconômico em 2024, com redução de endividamento dos consumidores e condições de crédito mais favoráveis, o que pode desencadear um aumento na demanda, contribuindo para a recuperação do setor”, avalia Geórgia Veloso, economista do Ibre.

Comércio com decoração de Natal na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Comércio com decoração de Natal na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (Foto: Rovena Rosa/ABr)

Em dezembro, houve alta em quatro dos seis principais segmentos do setor. O resultado positivo no mês foi influenciado pela melhora do Índice de Expectativas (IE-COM) que avançou 4,3 pontos, para 88,3 pontos, após três quedas consecutivas. Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o indicador que prevê a tendência dos negócios nos próximos seis meses foi o que apresentou maior contribuição para a alta da confiança no mês, ao avançar 5,2 pontos, para 90,4 pontos. No mesmo sentido, as perspectivas de vendas nos próximos meses avançaram em 3,3 pontos, para 86,5 pontos, após dois meses em queda.

Em direção contrária, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 3,9 pontos, para 85,5 pontos, menor nível desde janeiro deste ano (79,9 pontos). A sexta queda consecutiva no ISA-COM é influenciada pela piora nos indicadores que avaliam a situação atual dos negócios e o volume de demanda atual que caíram 2,4 e 5,2 pontos, para 88,2 e 83,2 pontos, respectivamente.

Após resultados negativos nos últimos meses, a confiança do comércio encerra o quarto trimestre 5,1 pontos abaixo do imediatamente anterior. O ISA-COM se aproximou do nível de neutralidade em junho (98,9 pontos), mas sofreu quedas consecutivas no segundo semestre. Nas expectativas, também houve queda, mas em ritmo menos intenso.

“Apesar dos sinais positivos no ambiente macroeconômico, como manutenção do ciclo de redução de juros e desaceleração inflacionária, a confiança do comércio encerra 2023 perdendo parte do que foi recuperado ao longo do ano”, diz ela.

Já o Índice de Confiança das Micros e Pequenas Empresas (IC-MPE), após dois meses seguidos de queda, registrou alta em novembro, chegando a 92,8 pontos. O movimento é resultado do avanço da confiança nas empresas do setor da indústria, motivado pelo escoamento dos estoques de produtos verificado no mês passado.

MPE

O índice é calculado mensalmente a partir de dados avaliados pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas. A variação, em novembro, foi de 0,6 ponto, o que não foi o suficiente, entretanto, para reverter as quedas de setembro e outubro.

Loja de brinquedos (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Loja de brinquedos (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Pelo segundo mês seguido, a confiança das micro e pequenas empresas do setor comércio (MPE-Comércio) recuou 2,3 pontos, para 86,3 pontos. A perda acumulada no bimestre findo em novembro é de 6,1 pontos.

O Índice de Confiança do Comércio, divulgado pela FGV, acompanhou a trajetória descendente das MPE ao cair 2,7 pontos, para 86,5 pontos. Mesmo com o alívio da inflação, reduções das taxas de juro e do desemprego, a demanda dos consumidores segue fraca ou aquém do esperado para o fim do ano, gerando maior cautela por parte dos empresários. Por essa razão, o desânimo da confiança não é observado exclusivamente nas MPE, mas também nas médias e grandes empresas do setor.

A queda da MPE-Comércio foi observada nos dois cenários temporais. O Índice da Situação Atual das MPE do Comércio (ISA-C-MPE) recuou 1,4 ponto, para 89,8 pontos. Já o Índice de Expectativa das MPE do Comércio (IE-C-MPE) caiu em maior magnitude, em 2,9 pontos, para 83,5 pontos.

A queda foi observada nos dois quesitos que o compõe, com destaque para o que o mede o volume de vendas para os próximos três meses, que caiu 3,6 pontos, para 81,0 pontos, acumulando um recuo bimestral de 9,0 pontos. Esse recuo foi influenciado pelas sinalizações de que as vendas no curto prazo diminuiriam de 4,4%, em outubro, para 8,1%, em novembro, contra uma quase estabilidade daquelas que sinalizaram que aumentariam (de 33,8%, para 33,9%, no mesmo período). Este ambiente de arrefecimento do setor é também refletido nos dois quesitos que medem emprego: a contratação de mão de obra nos últimos três meses e nos próximos três meses tiveram queda de 6,6 pontos, para 89,9 pontos, e 0,6 ponto, para 88,6 pontos, respectivamente.

Matéria editada às 20h40 para inserir o registro de novas empresas

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